[EXPOSIÇÃO VIRTUAL] A FORÇA ESMAGADORA

Em meio ao caos, ao contraste social e econômico a qual muitos paulistanos e brasileiros estão imersos, o artista que retoma seu processo criativo após dezenove anos busca, nessa mostra artística de elementos abstratos e subjetivos, denunciar por meio de sua expressão pictórica, sua visão de mundo e sociedade.

A força que esmaga, também é a que busca entender o comportamento humano, das pessoas que estão à procura de se encontrar. O inconsciente baseado nos elementos do grafite, da arte urbana, do grito que fere, e destrói coisas belas. Um sopro de cores quentes, interligadas às ideias que partem não só de uma composição subjetiva, mas de algo que está arquivado no cerne de uma versão do que representa a realidade para o artista.

A arte do risco, onde a pintura interage com objetos da vida real, do dia a dia, como as palhas de aço (Bombril), tão utilizado entre as pessoas.

Colagem de papel de pão, recorte de revistas, um autorretrato visto por uma ótica de identidade, de resistência cultural.

Os cabelos colados no papel, com o abstracionismo, inspirado nas mensagens vindas das ruas, do psicológico.

Trabalhos feitos com nanquim preto, como tinta colorida, dos sonhos que refletem na mente, e se tornam formas provocativas e muitas vezes incompreensíveis – mas que nunca escapam do questionamento social e comportamental.

A tinta acrílica, o processo de talhar uma superfície sintética (Linóleo). O início de um caminho e diálogo feito com lápis de cor e canetinhas. O branquinho utilizado para corrigir erros escritos à caneta esferográfica.

Todos eles servem como ideia para compor algumas de suas obras. Tudo ao redor é arte, inspiração: tampa de shampoo para cabelo, bisnagas de café, traços que não representam uma configuração concreta, mas uma chance para se redimir do que foi escrito pelos percalços de uma luta cotidiana.

Uma civilização que precisa se redimir, se reconstruir – e, naquilo que difícil compreender, possibilita o nascimento dessa mostra, que vai além de uma proposta de ser apenas objetos em um contexto específico. Que visa retratar o que foi perdido ou esquecido na beira da estrada.

A força que esmaga é também a que redime, que convida para se conectar com elementos nascidos do cotidiano, da causa, da intenção de trazer um caminho de novas descobertas por meio da arte e seus traços de revolucionar o ser humano, e devolver a sensibilidade por muitos esquecida.

As poesias, que partem de uma narrativa, crítica e questionadora, mas sem nunca perder sua essência poética, sua voz e sua missão de impactar o espectador.

A arte da vida a uma rebelião entre palavras, cores que querem um espaço ao sol, uma luz para romper com os paradigmas do destino, com as interferências que querem moldar um mundo à nossa volta.

Desconhecido como a própria existência. A consciência se faz presente nessa mostra poética, que visa transformar por meio da arte, um mundo mais humano e menos irracional.


Hugo Paz é escritor, poeta, artista visual licenciado em artes visuais pela FMU no ano de 2017, autor de seis livros de poemas. Nascido na cidade de São Paulo, coordenou diversos projetos nas áreas sociais e da educação, em encontros literários e exposições em CEUS, escolas da rede pública, bibliotecas, rádios comunitárias, centros culturais, espaços de convivência.


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