SEM CABIMENTO

 Sem cabimento
 Até o que não tem cabimento
 Cabe em um poema.
 O que não podemos vivenciar
 Vemos no cinema.

 Vivemos as vontades
 Nem sempre à vontade.
 Às vezes o irreal
 É melhor que a verdade.
 
 À verossimilhança 
 Deixo a minha gratidão.
 De me deixar ser criança,
 Escolher com o coração.
 
 Agradeço ao papel
 Por assumir qualquer personagem.
 Posso ir do inferno ao céu
 E a caneta é a passagem.
 
 Posso ser triste ou feliz,
 Mesmo que não esteja.
 É que num poema
 Você é quem deseja.
 Mas o papel também tem o dom
 De dissipar a tristeza.
 
 O que não cabe no peito
 No papel tem lugar.
 A poesia é um meio
 E um lugar pra ficar.
 
 Moro nas rimas,
 Passeio nos versos.
 Tenho em grande estima
 Todos os meus universos.
 A métrica é legítima,
 Os ritmos, diversos.
 Mas as palavras são justas
 Pra não deixar frestas.

Geara Franco é jornalista, social media, macramística e poetisa nas horas vagas.


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