The doors: uma percepção abstrata da música

O que nos excede? Uma questão que certamente perpassa toda nossa elaboração artística e que nos fez desenvolver esta série de obras que pretendemos expor. A exposição :The Doors: uma percepção abstrata da música, foi baseada no disco de estreia da banda, lançado em 1967 com estrondoso sucesso tanto por parte do público, quanto da crítica especializada da época. Após 55 anos de lançamento, o disco ainda figura como um dos mais ouvidos nas plataformas de streaming atuais. Escutamos o disco buscando sentir sua beleza dispendiosa, lemos com paciência e diversas vezes as letras das músicas, buscando paulatinamente captar os movimentos sonoros das situações-limites traçadas pela poética da banda. Ao total são 11 desenhos abstratos que compõem a série, cada obra contém o título de uma música do disco. “Inconsciência”, “erotismo”, “entorpecimento”, “êxtase”, “insânia”, “esquecimento”, “morte”, são algumas situações de excesso que permeiam as cenas poetizadas por meio das músicas. Transbordamentos que nos destituem dos sentidos, que nos fazem esquecer quem somos, que nos fazem desapegar de nós mesmos e de todas as certezas que supomos ter sobre nossa tênue e vacilante existência. Tentamos discutir por meio da série, essas situações incomunicáveis, nas quais nosso corpo se joga para perder-se, se deixa levar pelos múltiplos ângulos, cores, perspectivas e direções inesperadas das pulsões e incoerências da vida. Expressar através da arte abstrata as questões existenciais poetizadas nas canções que, certamente, excedem a utilidade da razão e nos convidam às inúmeras sensações provocadas pelo visual abstrato. A série propõe, através destas sintonias poéticas ensandecidas, por meio desses ecos de desejos que impossibilitam nossa identidade ao lugar, criar uma atmosfera de linhas visuais da nossa experimentação e pesquisa entre música, poética e arte abstrata. Aqui não se trata de ilustrar, tampouco explicar as músicas, mas sim de tracejar por formas intuitivas os desejos, movimentos e imagens destituídas de sentido preciso compostas no devir destes sons do rock psicodélico do final dos anos sessenta. O público que temos pretensão de atingir são tanto os fãs da banda The Doors (milhões nos mais diversos lugares do mundo), as pessoas que gostam do rock-blues do final dos anos sessenta, pessoas que apreciem interações entre formas distintas de arte, (no caso da exposição proposta o diálogo entre arte abstrata e música), bem como os interessados por arte abstrata com elementos conceituais que incrementam a experiência visual. Mas vale salientar que, para apreciação do conteúdo exposto não é estritamente necessário ao público conhecer as músicas da banda. As artes dialogam entre si de forma interativa, não havendo interdependência de um gênero sobre o outro, tampouco hierarquia entre as formas de expressão. Os espectadores são livres para associar ou não os desenhos abstratos às canções, pois uma das principais propostas da arte abstrata é exatamente deixar em aberto (infinitas) as sensações experimentadas por aqueles que observam a obra. 


Nascido na cidade de Natal, Rio Grande do Norte, Daniel César é artista plástico, dedicado à pesquisa e exploração do abstracionismo. Iniciou a carreira de forma autodidata expondo e comercializando informalmente seu trabalho nos corredores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN. Artista periférico, buscou na estética, na filosofia da arte e na teoria da história, trajetórias para pensar o fazer artístico visual. Buscando criar uma arte insubordinada, não compatível com as urgências da sociedade utilitária, pretende transmitir aquilo de incomunicável que permeia nossas interações com a linguagem. O desenvolvimento recente de seu trabalho teve influências de seus estudos nessas áreas de humanidades, tendo cursado Estética filosófica com o Prof. Dr. Eduardo Pellejero, Teoria da história com o Prof. Dr. Durval Muniz de Albuquerque Junior, História da Arte Brasileira com a Profa. Dra. Maria da Conceição Guilherme Coelho, além de ter frequentado o Seminário de História Moderna e Contemporânea, ministrado pela Profa. Dra. Leilane Assunção, todos na Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN. Por fim, sua pesquisa trabalha a relação entre linguagens artísticas, sobretudo entre as artes visuais e a literatura, com a qual, em diversas ocasiões, seu trabalho dialoga diretamente. 


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