por.: Gabriel Patrocínio
A cor é um assunto vasto e profundo para além da física, teoria e perceção visual. O cientista Isaac Newton, no século XVI, foi um dos pioneiros e mais importantes pesquisadores das cores. Seu feito foi analisar as diferentes frequências de ondas de luz que ao atravessar um prisma de vidro, que resultaram em sete diferentes cores, produzindo assim seu pequeno arco iris artificial.
No século XIX, o escritor alemão Jogann Wolfgang von Goethe dedicou anos de estudo para desenvolver a teoria de Isaac Newton. O pesquisador então criou o círculo cromático, como uma forma de representação ilustrada das cores transfigurando a teoria física em algo palpável e visível ao olho humano, e uma das principais ferramentas de consulta e referência para os interessados.
Com isso, as cores foram representadas e compostas no gráfico com formato circular e divididas em fatias, como primárias, secundárias e terciárias. Além disso, as cores conversam entre si de forma harmónica com a possibilidade de serem complementares, análogas, triangulares, meio complementares, retangulares e quadradas, de acordo com sua disposição no círculo cromático.
Anos após anos, cientistas, artistas, designers e interessados em geral, dedicam horas e horas em busca de dominar e aplicar as cores em suas composições criando valor, significado, história e essência relevante para a proposta apresentada. Há percepções associadas à cor que vão muito além da psicologia das cores e das coisas comuns que sabemos sobre elas. O contexto e o produto a que estão associados também têm a ver com o efeito que têm sobre o espectador.
Esse efeito desperta sensações humanas não citadas ainda anteriormente pelos físicos cientistas nos primórdios dos estudos das cores. Com isso, novas particularidades se tornaram cada vez mais relevantes para a criação da peça gráfica. Emoções e perceções estão diretamente ligado a forma com que os consumidores dialogam com o produto, resinificando muitas vezes a proposta da indústria e o comércio em si.
Então, pesquisadores e profissionais do marketing e indústria criativa em geral, identificaram padrões nas respostas humanas em relação as cores. Esses padrões, logo se tornaram variáveis se fatores como cultura, gênero, idade, localização, e a bagagem de pessoa por pessoa, forem percebidas pelo criador, ou seja, pensar no contexto.
Como por exemplo, a cor preta pode ser associada a sofisticação, poder, luxo, austeridade, glamour. Para outras culturas, o preto significa solidão, depressão, romantismo, luto. A cor vermelha é associada a atividade, excitação, paixão, vibração, atração como aspetos positivos para aplicação. Em uma simulação extrema, porém, possível, essa cor pode ser associada a agressividade, ansiedade, emergência e em determinados segmentos, pode tornar algo oposto do que ele representa, perdendo a sua relevância, e falhando o projeto como um todo.
Em outras palavras, psicologia das cores não é apenas preto e branco de uma maneira geral. A cor aplicada a linguagem visual, é algo amplo e subjetivo e uma ferramenta de extrema importância. Existem padrões dos estudos das cores já comprovados cientificamente que sim, devem ser estudados e aplicados se for necessário, porém, a análise do contexto do projeto é de extrema importância para a eficácia do produto.