Para qual liberdade caminhamos?
Existem sistemas opressores em nosso dia a dia, em proporções diferentes, mas sempre oprimindo e derrubando soldados, pensadores, construtores de um futuro bom.
Me lembro daquele filme O preço do amanhã, onde o salário era o tempo de vida, e, também, moeda de troca para qualquer coisa necessária ao sustento do indivíduo.
Algo não muito diferente de nós hoje, e desde sempre.
Nossa vida se esvai assim que damos nosso primeiro berro no nascimento.
Com nossas células – ou cédulas rs – pagamos o preço do amadurecimento e dos sonhos que aprendemos a construir e planejar, ou que nos são imbuídos.
Somos impulsionados a mergulhar em um processo de aprisionamento do ser e da criatividade. Nos cobram risos, olhares, cabelos e tecidos.
Precisamos correr atrás de papéis, ou ao menos deveríamos.
Corremos para uma carteira assinada, corremos por diplomas e por cédulas, que facilmente destruídas, nos consomem, nos tragam em ritmo menos acelerado do que o próprio papel em um fogaréu.
Tal busca nos impede de encontrar outros papéis, outros caminhos que poderiam nos oferecer a verdadeira liberdade, o sorriso sincero, uma entrega espontânea de cabelos, pele, suor e sangue.
Existem tais caminhos?
Talvez sim. Talvez estejamos fadados à essas estruturas.
Para alguns o papel a libertar é o cânon de sua fé. Para outros, é o alvará de soltura, um habeas corpus, até uma certidão de nascimento. Uma troca de nome, uma certidão de casamento, de óbito ou até a escritura da tão sonhada casa própria.
De fato, existem possibilidades claras de reconstruir os caminhos libertadores da vida.
Mas quando eles serão refeitos? E após refeitos, qual liberdade teremos?
Esse é um papo para a próxima edição.
Kariston França é apaixonado por pizza, e nas horas vagas atua como entusiasta da teologia pública.
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