Faz tempo que queria falar sobre ele. Ele apareceu na minha vida em meados de outubro de 2017, talvez no dia 3 ou 4. E desde a sua primeira aparição ele volta pra mim com certa frequência: perdido no espaço, próximo da lua, embaixo do mar ou simplesmente sozinho no papel. No papel, porque ele nunca foi real, apenas algo da minha imaginação. Do meu subconsciente. Ele é um desenho e não tem um rosto, porque ele nunca tira o capacete.
Apesar de achar por muito tempo que ele estava perdido, recentemente fiz uma descoberta: na verdade, ele é um viajante que vive por ai, seguindo o fluxo e o movimento da vida. Explorando novas possibilidades, conhecendo novos cenários, desbravando novos mundo, propondo novas perguntas.
Outro ponto importante é que sempre achei que o astronauta não-perdido da minha imaginação fosse o meu pai. Depois, cheguei a conclusão de que ele não era ninguém além dele mesmo. Talvez seja por isso que, por muito tempo, ele apareceu questionando a sua própria existência: “quem sou eu?” – “quem eu sou?”, ele dizia. Querido! As vezes eu acho que ele questionava a sua própria existência, porque ninguém sabia quem ele era. Nem mesmo eu.
Hoje eu sei que o astronauta não-perdido sou eu, ou melhor, ele é uma parte de mim. Uma parte de mim que vem me ensinar a ser mais leve, mais desprendida e ter mais coragem para seguir os fluxos da vida e do universo.
A última vez que o vi, foi no dia em que descobri o meu propósito. Neste mesmo dia escrevi uma carta para a minha eu do futuro. Em vez de palavras, quem surgiu no papel foi o tal do astronauta. Junto dele, uma pergunta. Uma pergunta que decidi deixar aqui pra todos vocês refletirem comigo:
– Quem é você hoje?
Luisa Biondo é redatora, mas ama desenhar e fotografar. Atualmente trabalha em uma agência de marketing e nas horas vagas faz uns rabiscos que ficam guardados na gaveta.
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