Certa vez perguntaram-me o que dava medo a ponto de me esconder embaixo do edredom, e, rapidamente respondi que, o que me faz correr para debaixo das cobertas é uma tempestade. Sim! Aos 31 anos ainda morro de medo e, se pudesse, correria para debaixo da cama todas as vezes. O motivo? Nunca soube explicar! E medo lá se explica?
Quando mais nova, o medo surgia quando a tempestade começava durante a noite e o trovão me acordava, me fazendo pedir, desesperadamente a Papai do Céu que acabasse logo com aquilo. Hoje, o medo surge ao ouvir o trovão, esteja onde eu estiver, e a vontade é sempre de me encolher toda. Mas nem sempre eu posso, então eu disfarço, sorrio e fingo normalidade.
Entretanto, há medos maiores na vida do que aqueles em que o edredom pode nos ajudar (e acalmar!). Já tive medo de perder amigos, mas ao longo da vida, percebi que é impossível que não aconteça. Perco-me deles, assim como eles se perdem de mim, mas seremos sempre um pedaço uns dos outros e isso é o que importa.
E quem não já teve medo de perder alguém que ama? Mas a gente sempre acaba perdendo! Seja para a morte ou para a vida, e para qual for, precisamos aprender a viver com isso. Para a morte é mais fácil aceitar porque, afinal, ninguém é culpado e com a dor, a gente acostuma (dolorosamente). Já para a vida, a gente precisa aprender a viver sem.
Outro grande medo que nos cerca é o medo de amar. Será que estaremos preparados quando o amor chegar? Aquela é (realmente) a pessoa certa? Medo do amor, das expectativas. E o medo das frustrações. Mas uma coisa é certa: nunca estaremos preparados para o amor, sempre nos frustraremos e teremos decepções. Mas apesar de tudo, vai valer a pena arriscar tudo de novo!
Há quem tenha medo da morte, mas desde medo eu não sofro. Já tenho medos demais. É medo de morcego, de sapo, de não conseguir terminar a faculdade, de precisar operar a cabeça, de não conseguir entrar na fila de adoção, medo que os sobrinhos me esqueçam com o passar dos anos… É tanto medo que o melhor mesmo, é correr para debaixo do edredom e lembrar que Deus está cuidando tudo!
Karina Mendonça é uma jornalista frustrada, designer cansada e estudante de letras motivada. Desistiu de tentar mudar o mundo e resolveu focar em salvar a próxima geração.
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