Tenho muito orgulho de ser uma mulher trans.
Desde meus 10 anos de idade, a sociedade tenta fazer com que eu tenha vergonha de ser quem sou. Só que sempre soube que a feminilidade que eu externava não era motivo de vergonha; era simplesmente parte da minha essência. Risos, deboches, xingamentos, humilhações, perseguições – não foram suficientes para fazer com que eu deixasse de me portar de forma feminina. Quanto mais isso acontecia, mais vontade eu tinha de ser quem eu realmente era.
Cresci admirando as grandes mulheres da história, as personagens femininas à frente de seu tempo, que não se submetiam ao machismo ou a qualquer outra forma de perseguição. Cresci querendo ser uma mulher forte, guerreira, livre, dona das próprias rédeas.
A mulher que sou hoje, só a sou por sempre ter me orgulhado daquilo que a sociedade sempre me apontou como motivo de vergonha: minha feminilidade, minha essência feminina. Orgulho de ter me tornado uma mulher trans militante e ativista LGBTQI+ , orgulho de ser uma mulher livre dona do meu corpo e protagonista da própria história.
Hoje, estou em paz com meu corpo e com a minha imagem refletida no espelho. Hoje, luto para que todas as pessoas LGBTQI+ saibam que ser diferente do restante da sociedade não é motivo de vergonha; é, sim, motivo de orgulho. Orgulho de não sermos pessoas frustadas que perseguem as diferenças para se sentirem melhores.
Viva o dia do orgulho LGBTQI+!
Bruna Leonardo é uma mulher trans. É militante trans, ativista LGBTQI+ e recepcionista em uma Casa de Cultura.
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