às 8 da manhã um pedreiro ao rebocar a parede com cimento escreveu um poema de shakespeare na massa ainda fresca usando um graveto. ao meio dia, um engenheiro sozinho ignorando o sol senta-se na ponte sobre o riacho que está sendo canalizado para virar uma larga avenida e bebe uma coca-cola, pensando na tristeza e na fúria do rio escondido. às 18 horas uma criança de aproximadamente 4 anos senta-se no alpendre de casa uma casa sem muro, sem grade e sem portão em uma das ruas mais movimentadas da cidade e come seu iogurte olhando a maré de carros que sobe e desce em ondas que vão e vem me levando com elas.
Deborah Vieira é formada em Letras pela Universidade Federal de Pelotas e é mestranda em Literatura pela Universidade Federal de Juiz de Fora. Acompanhe a Déborah no Instagram. Fotografia por: Carolina Ferreira.
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