“Isabela” é um nome com origem hebraica, e as pessoas que o recebem, em muitas culturas, são compreendidas como “puras”, “consagradas por Deus”. Percebo e sinto que essa definição combina muito com a artista homenageada no texto de hoje. Isabela Freitas é uma artesã das palavras, que costura corações feridos e nos mostra que as rachaduras da vida podem servir de passagem para uma luz mais bonita, mais pacífica e que cura.
Nascida em Juiz de Fora – MG, Isabela cresceu numa família composta por sua mãe Regina, seu pai Paulo e sua irmã-amuleto, Marcella. Ela sempre esteve com a cabeça e o peito mais próximos da magia das histórias moradoras de livros do que qualquer realidade.
Assim que findou a escola, iniciou a Faculdade de Direito; porém, deixou o curso no oitavo período.
Aos 19 anos, depois de terminar um relacionamento, resolveu abrir uma conta no Twitter para dar conselhos no campo dos sentimentos. Mas o espaço ficou pequeno. Em 2011, migrou para um blog que se tornou um fenômeno nas redes sociais da época.
Isa, como carinhosamente o público a chama, logo foi notada pela editora Intrínseca, cujo catálogo possui nomes como Stephenie Meyer, Rick Riordan e John Green, autores do público jovem. Assim, no gelado mês de junho de 2014, Isabela lançou seu livro de estreia, “Não Se Apega, Não”, inspirado no blog, que se transformou em um best-seller de autoajuda, vendendo 80 mil exemplares somente nos trinta primeiros dias. Nos anos seguintes vieram “Não Se Iluda, Não”, “Não Se Enrola, Não” e o mais recente “Não Se Humilha, Não”.
Isabela é uma mulher firme, potente e doce. Tem uma generosidade de fonte cristalina e muito tato quando se comunica com as pessoas. Esse é o tempero do ser humano e da escritora que ela é.
Pablo Neruda certa vez falou que “Escrever é fácil. Você começa com uma letra maiúscula e termina com um ponto final. No meio você coloca ideias.”; mas, nesse caso, Isa colocou não só ideias, como humanidade, no meio. A maneira como ela sente a empatia e transporta para as palavras, chegando diretamente em nossos olhos e corações, é de se admirar. Através de suas redes sociais, interage e responde o máximo que consegue e isso a faz ser cada vez mais especial. Toda essa sensibilidade transbordou de vez em 2018, quando deu à luz seu primeiro filho, Pedro, que é fruto de sua união com o simpático e talentoso Lucas Assaf.
Isabela tem o amor como a bússola de sua vida.
Amor esse que sente pelos pais, pela irmã, pelo parceiro, pelo filho, por todas as cicatrizes que já fecharam, por todas as histórias que já ancoraram no seu porto. Isabela é amor em cada movimento, num mundo onde cada vez mais se torna difícil acreditar nessa pureza.
Ela ainda é jovem, há pouco completou 30 anos. Porém, sua alma de anciã sábia nos dá a mão para atravessar os riachos revoltos pós tempestade, abre a porta e nos recebe com café recém passado e afeto. Isabela é um daqueles seres que a gente não pode passar a vida sem conhecer, nem que seja por alguns segundos.
Isabela é mulher, mãe, brasileira, escritora, sonhadora e acredita nas possibilidades da vida. Como admiradora, agradeço por tê-la como referência na literatura. Como escritora, me alegra poder registrar um retalho de sua biografia aqui, na revista que é sua conterrânea. Mas como ser humano, é uma honra caminhar sobre a mesma terra que ela.
Tira uns minutinhos e vai espiar o trabalho dela. Garanto que só levará bons sentimentos.
Queridas e queridos leitores!
Aqui, quem te escreve é Victória: Escritora, idealizadora do projeto Caçadora de Histórias e colunista da Revista TRAMA.
Começamos esse ano cheio de páginas em branco escrevendo a nossa e trazendo a coluna de maneira ainda especial, porém renovada. Aqui conecto minhas palavras com a arte que a revista respira e traremos, quinzenalmente, histórias de artistas de todos os vieses como literatura, música, cinema,
dança e muitos outros, ajudando a reforçar e relembrar o quanto somos bordados e perfumados por toda essa pluralidade.
Com carinho, esperança e muita fé,
Victória Vieira
Victória Vieira é escritora e idealizadora do projeto Caçadora de Histórias. Caçando e ouvindo histórias, vou escrevendo a tua com minhas palavras e te ajudando a ter um novo olhar sobre ela. Siga o projeto no Instagram.