O samba conta nossa luta e nossa história; fala de amor, de dissabores e do cotidiano, leve ou da dura realidade. Na exposição ‘Samba em Tela’, o artista Cadu Havengar busca transpor essa energia para as telas, retratando momentos e lugares do samba, seus baluartes e bambas, ancestrais ou contemporâneos. Lutando pelo passado, afirmando o presente e sonhando com o futuro.
‘Rio de Amores’ tem a pretensão de resumir lugares marcantes do Rio de janeiro com muita alegria, nostalgia e cores vibrantes. Becos, comunidades, Lapa, Maraca, Copa… Todos lugares onde já empunhamos nossos instrumentos molhando a palavra.
Primeiro quadro do artista, que marca uma série em homenagem ao divino e sofisticado mestre Cartola – um dos ídolos maiores do artista, pela sua história, suas composições que falam do cotidiano de forma tão poética, verdadeira, simples e corajosa.
Mais um da série Angenor Cartola, sobre o dia em que Cartola protestou, sentado no chão da rua, por mais uma invasão da polícia para interromper um ensaio da Mangueira.
O anjo iluminado.
Trabalho para curar e emanar força ao Quilombo Cultural urbano “A casa do Nando”, onde Cadu fazia, de graça, aula de cuíca com o mestre Paulinho José da Portela. O quilombo, que fica no Largo da Prainha, no centro do Rio, pegou fogo; e ali é um local sagrado pra história do Rio de Janeiro, principalmente pro povo Preto. Hoje, esse quadro está no novo local do Quilombo, inaugurado a pouco tempo na Rua Camerino, 176.
“Curti muito samba, amigos, cerveja e paixões dali até a Pedra do Sal… E isso me tocou profundamente. Como sou apaixonado pela estátua da Mercedes Baptista (primeira bailarina negra do teatro municipal) que fica ali e ao fundo fica o local que pegou fogo, fiz essa obra como forma de homenagem e fé.”
Uma caricatura a um ídolo e amigo, Cremilson Bico Doce. Sambista completo, intérprete da Mangueira, uma das vozes mais poderosas do Rio, cavaquinista, percussionista, saxofonista e cozinheiro de mão cheia.
Inspirado na música, de mesmo nome, do mestre, padrinho e pastor, Moacyr Luz.
Trabalho em homenagem à maravilhosa Samara Líbano, violonista 7 cordas que toca com a alma. Hoje, ela faz parte do grupo da Teresa Cristina, Roberta Sá, entre outras, além de coordenar a Escola de Música AMC Baixada Fluminense, em São João de Meriti. Uma gentil, talentosa e generosa mulher, sambista, mãe e instrumentista brasileira.
Cadu Havengar é engenheiro e artista, nascido no Rio de Janeiro e criado entre Nova Iguaçu e o interior do Espírito Santo. Tendo no samba, seus baluartes, seu povo e suas festas como terapia e inspiração, acordou para o seu chamado durante a pandemia, e entre tintas, pincéis, papéis, lápis e marcadores, se permite retratar os furdunços, dores e amores do espírito brasileiro, sua poesia, canções e personagens.