Pensar o conceito de desenho é no mínimo um exercício experimental. O desenho é uma linguagem que carrega intenção e gestos primordiais, criando narrativas e adquirindo diferentes sentidos ao longo da vida. Desde a infância, habitam riscos e formas espontâneas que arriscam possibilidades imaginativas, deflagrando nossa apreensão do mundo. Como uma linguagem artística, o desenho funciona como uma base preparatória para plasmar sensações e veracidades irreais que se desdobram em diferentes camadas, traçando diferentes percursos e pulsando inquietações estéticas. O desenho cria sempre uma relação de jogo entre quem o faz, ou melhor, quem o captura e quem o contempla.
Retratos de figura humana, que exploram luz, sombra e volume delineando mais do que os olhos podem ver e representando estados de espírito. No papel, o grafite se torna protagonista das camadas que revelam as nuances subjetivas das expressões. A técnica ganha protagonismo ao elucubrar retratos de uma figura que encontram ressonâncias em seus outros “eus”.
Resultado de uma técnica mista, essa materialidade é desenvolvida e pensada das minhas necessidades/preocupações/investigações, que compreende o desenho e sua posterior modificação por meio do sfumato.
Rodrigo Oliveira Santos é artista visual, uberlandense e mineiro orgulhoso, formado pela Universidade Federal de Uberlândia em Artes Visuais desde 2018. Busca, em suas produções, sempre desconstruir formas – em especial o corpo humano, sempre em busca de desdobrar novas configurações, novas “figuras”.