O projeto “Ressignificar” é uma série, ainda em andamento, que pretende homenagear 100 personagens negros de diferentes épocas que tiveram e têm importância e relevância para a construção da sociedade brasileira e cuja as vidas foram dedicadas a lutas identitárias de liberdade e igualdade.
As obras consistem em pinturas, no estilo retrato, sobre cédulas de cruzeiros e cruzados e traz o nome Ressignificação porque pretende recontar histórias a partir de um outro lugar de fala.
O artista escolheu a cédula como suporte porque através delas é possível levantar reflexões como:
- As características dos homenageados nas cédulas oficiais;
- Quantas e quais mulheres foram homenageadas;
- O valor do papel moeda como forma de troca e sua importância no mundo;
- A destruição da cultura e a dizimação de etnias, em grande parte, justamente por questões mercantis;
- Os valores que comandam a nossa existência cotidiana;
- O negro que foi tratado como moeda de troca no período da escravidão;
- O valor de mercado (hoje) das cédulas;
- O valor das cédulas enquanto elemento histórico e a importância para colecionadores.
“A cultura afro-indígena, a verdadeira arte clássica brasileira, está marcada na cor da minha pele, nos meus traços, no meu cabelo e na minha ancestralidade negro-brasileira. Eu gosto de pintar os negros e os índios porque foi a forma que encontrei de homenagear todos e todas que lutaram e sobreviveram aos navios negreiros, às senzalas e ao genocídio. Graças a eles, estou aqui. Que minha arte traga poder provocador, questionador e transformador”
Paulo du’Sanctus
Paulo du’Sanctus é paulista, natural de Jundiaí (1982), vive atualmente na capital de São Paulo. Atua nas áreas de artes plásticas trabalhando principalmente com a linguagem da pintura. A maior parte de sua produção se concentra no tema da Beleza Negra, uma homenagem as suas origens e resultado de estudos teóricos da cultura negra brasileira.
Gostei da criatividade na homenagem merecida à cultura afro-indígena.