O texto abaixo foi escrito pela primeira vez em 2011, quando participava da produção de um filme chamado 8 pés. Como work in progress, ou seja, um trabalho que se encontrava em constante desenvolvimento, não seguindo “a risca” um roteiro, onde havia mudanças inclusive no momento da filmagem, tratava-se de uma mescla de ficção, dança e instalação, teve início como um trabalho de conclusão de curso da ELCV (Escola Livre de Cinema e Vídeo de Santo André) e ganhou certa relevância pós TCC.
Não alterei nenhuma palavra neste texto… então, vamos lá?
Fazer um filme sem ter um edital, patrocinador ou produtora por trás é algo bem complicado. Mesmo assim, a vontade (e por que não o sonho?) de ver uma determinada cena, ideia ou personagem em uma tela é tão grande, que muitos “guerreiros” do mundo audiovisual iniciam a luta para transformar o rascunho de um papel em uma bela obra.
Falo em guerreiros não porque quero enaltecer e/ou exagerar o texto. É uma guerra mesmo! Já que não há patrocinadores e afins, não há verba. E não havendo verba, as locações demoram para aparecer, alguns atores não confirmam a participação, as autorizações para realizar cenas externas demoram (quando são permitidas), os equipamentos técnicos somem, além de outros processos que contribuem para a demora ou a não realização de algumas ações.
Mas você sabia que apesar de tudo isto, é possível fazer um filme? Verdade. E onde está o segredo?
Quando se tem um objetivo, consegue-se muitas coisas. E estes bravos guerreiros tem sempre o aporte de anjos (sem exagerar novamente). São aquelas pessoas que por acreditarem no projeto, fornecem a sua mão de obra, casas, locações, figurinos, tudo em prol desta fantástica arte. E trabalham de forma muito profissional, pois tudo o que é feito, sempre é feito com alta qualidade.
Nosso filme 8 Pés está sendo realizado desta forma. E estamos nesta batalha, matando um leão por dia, seguindo em frente. Também, com um time deste – é difícil não ganhar. E no final deste projeto, ficaremos felizes por conseguir mais um objetivo. E por amor a arte, começamos um novo processo…
Oito anos e este texto está tão atual, tanto no momento artístico – em seus problemas e dificuldades, quanto na bravura em realizar qualquer manifestação artística. O projeto avançou pós escola, porém por questões da vida – sem sofrimento e cenas – não teve continuidade, porém, foi de extrema importância e impacto na minha formação, seja técnica ou no relacionamento com as pessoas. E o amor e orgulho pela área cultural permanece até hoje, – minto – aumentou muito: de ser um guerreiro, lutar e conseguir entregar um ótimo resultado no final.
E faço o convite: tem uma ideia, bora tomar um café! Independente do projeto, será um processo incrível!
Carlos Augusto Rodrigues é publicitário, professor e gestor cultural e fundador da produtora e consultoria produz.guto. Ingressou no meio cultural através da produção audiovisual, onde participou de diversos projetos de curta metragem. Com a produtora produz.guto, elaborou planejamento estratégico empresas e grupos artísticos como Grupo 4i Artes (Teatro Musical), Vez e Voz Comunidade (programa de entrevistas) e Cobalto Produtora, além de realizar assessoria cultural e de carreira para artistas, cantores e escritores.