Ecofeminismo: qual a relação entre a luta das mulheres e a preservação do meio ambiente?

Você já se questionou sobre qual sociedade você está construindo para as gerações que ainda estão por vir?

O Ecofeminismo associa o movimento de luta das mulheres com a luta pela preservação do meio ambiente. As primeiras referências ao termo Ecofeminismo apontam para o livro “Le feminisme ou la Mort” (O feminismo ou a morte), escrito em 1974 pela autora francesa Françoise d’Eaubonne. 

É importante destacar todos os danos que a devastação do meio ambiente tem causado em todo o planeta e o quanto as mulheres têm sofrido com as mudanças climáticas. De acordo com a ONU, as mulheres representam 80% do total de pessoas que são obrigadas a deixar seus lares e refugiar-se em outras regiões por causa dos danos causados pela destruição do meio ambiente como as mudanças climáticas, enchentes, poluição das águas de rios, seca, entre outros. Essa relação acontece porque as mulheres têm maior probabilidade de viver em condições de pobreza e possuem menor poder socioeconômico. Dessa forma, elas encontram mais dificuldades em se recuperar economicamente após casos de desastres naturais.

A estrutura criada pelo patriarcado capitalista que rege o nosso atual sistema político, social e econômico cria uma relação de dominação que deteriora tanto a estrutura social como o meio ambiente. A partir dessa construção de dominação e poder, temos a tentativa de sobreposição dos homens em relação às mulheres, do “progresso” em relação à natureza, do humano em relação aos animais e por aí vai. Um clima de disputa de forças que impede que a sociedade entenda que apenas o equilíbrio, o respeito à natureza e o bem viver são capazes de salvar o futuro do planeta e da nossa espécie. 

O ecofeminismo propõe uma nova perspectiva de vida. Um caminho que consiga criar uma coexistência saudável. Queremos uma agricultura livre de agrotóxicos, totalmente orgânica e com a valorização dos pequenos agricultores. Buscamos o fim da exploração devastadora feita pelas mineradoras, do garimpo ilegal e de toda violência que os povos originários e suas terras vem sofrendo há anos. 

Queremos uma sociedade anticapitalista, antirracista e livre do machismo e da LGBTfobia. Uma sociedade que respeita a natureza, preservando-a para as gerações futuras. Só assim estaremos, de fato, revendo e quebrando todas as formas que nos oprimem e exploram. 

Sonhamos com um novo amanhã.


Leiliane Germano é jornalista, social media, fundadora do projeto Papo de Minas, feminista, ecossocialista, pesquisadora do tema “Cultura do Estupro” e integrante do Movimento Olga Benário e do Fórum 8M Juiz de Fora


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