Para José

Me chama de sua, 

me bagunça, 

me arruma, 

(A Liniker sabe bem do que falo), 

me bate na bunda, 

me morda, 

me arranha 

e me desnuda. 

Esse romance não é só de carnaval. 

Quando eu vi que não era passageiro 

ou um motorista de ônibus, 

eu disse: 

Porque amanhã, meu amor, 

se eu não te vejo, 

se eu não te roubo um beijo… 

E, se não amanhecer amanhã, meu amor 

para você ou para mim? 

Me diga o que eu faria depois de te amar, 

se não te olhar, te ver suspirar e sorrir? 

Me diga, o que eu faria, 

se não ir ao seu encontro? 

Tomaríamos um café, 

um sorvete, 

veríamos um programa de tv, 

depois banho 

janta, 

cama, 

amor e cigarros. 

Mas se não amanhecer amanhã, meu amor 

para você ou para mim?  

Me diga o que eu faria. 

… depois desci do ônibus arrastada pela onda 

de automóveis do trânsito de Itabira. 

E agora José, o que eu faço? 

Se eu gritasse, se eu gemesse, 

se eu tocasse a valsa vienense, 

se eu dormisse, se eu cantasse, 

se eu morresse… 

mas eu não morro, José. 

Eu te amo. 


Rafaela Mar tem 23 anos e é natural de João Monlevade/MG. Apaixonada pelas artes, deu início a graduação em Artes Plásticas/LIC na Guignard/ UEMG neste ano de 2021, e é graduada em História/LIC pela UFOP. Busca se lançar para o mundo, conhecendo gente, animais, plantas, etc, apesar do Bozo a aborrecer todo dia. A “Mar”, meu pseudônimo, é quem compartilha esse meu lado com o mundo. Viciada em séries de época, crônicas, Cássia Eller e Drummond, porém com o tempo muda de vícios (vulgo libriana), por isso, por enquanto, sua cor favorita é o roxo de fim de tarde de outono. Luta e defende a educação pública, de qualidade, que forme sujeites políticos e críticos, de si e do mundo.

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