Com o avanço da tecnologia é importante fazer uma reflexão sobre como será que a tecnologia vai impactar o comportamento humano no futuro.
Atualmente, é comum observar nas vias públicas, atravessando avenidas, dirigindo veículos, fazendo exercícios físicos o hábito de conferir as mensagens nos perfis das redes sociais ou os apps de mensagens instantâneas, para estar inteirado das demandas e dos acontecimentos. Os celulares se tornaram a extensão do nosso corpo, e muitos ainda não percebemos que estamos vivendo no piloto automático.
Por que será que é tão difícil deixar o celular e as redes sociais?
A resposta está relacionada a “dopamina”. Este neurotransmissor produzido pelo cérebro no sistema mesolímbico (conhecido também como “circuito de recompensa”), atua sobre o humor, o prazer, o aprendizado, a motivação, a coordenação motora, entre outras. Os seres humanos estão se tornando robôs autômatos, não estão percebendo o quão à tecnologia está cada vez mais, penetrando em suas células cerebrais e danificando o que ela tem de mais precioso a “A intuitividade”, os insights. A mente já é um biocomputador que tem muitas habilidades peculiares, um robô. Através dela os nossos pensamentos interferem e comandam nossas vidas também. Navegar pela rede pode causar transtornos cerebrais agudas nas áreas cognitivas, afetando as relações sociais e a memória. Portanto é necessário o resgate da harmonia física e mental. Estamos inseridos no mundo da matéria e cada um deve saber escolher vivenciar aquilo que é melhor para si.
Será que estamos perdendo a lucidez?
Automação tecnológica leva para outra dimensão humana como as mudanças em relação à música. Pretensiosamente posso dizer com propriedade sobre o assunto porque na minha formação acadêmica como musicoterapeuta percebi as mudanças, transformações que impactaram na música nos últimos anos, o formato mostra a evolução da indústria do vinil ao streaming. Analisando bem, foi surpreendente esse salto quântico musical desde do vinil, fitas cassetes, CDs, downloads e plataforma streamings que sofreram uma predominância incrível nesse período de quase cinco décadas.
Com a chegada da IA (inteligência artificial) já podemos ver testes de robôs aprendendo delicadamente a tocar violoncelo, parece um grande avanço, não é? Os robôs estão chegando ! A inteligência artificial vem ganhando popularidade, em destaque chamando a atenção, além da nova ferramenta “ChatGPT” que resumidamente gera diálogos virtuais.
Todas as tecnologias de criação como a robótica, nanotecnologia, a inteligência artificial, genética, exploração espacial e cibernética fazem parte desse futuro impessoal. Vivemos numa realidade aumentada ou diminuída, no mundo de falsas ilusões em que viramos avatares (personificação gráfica com características humanizadas utilizada em comunidades virtuais) daquilo que realmente poderia ter sido. Uma ficção científica, que, em linhas gerais, cria visões paralelas às realidades, pode ser o seu computador que o levará a uma sala virtual, na qual você estará presente com seu avatar mediante óculos de realidade aumentada.
Há também a interatividade, onde temos acesso a aplicativos que ajudam a comprar sem sair de casa e ter toda a comodidade, além das notícias em tempo real que nos deixa atualizados e informando sobre qualquer fato que está ocorrendo no mundo.
“Toda a criação começa na sua imaginação.
E a sua ferramenta para a manifestação consciente.
Use-a para criar positivamente.
E seus sonhos mais loucos se manifestarão”. Adama
Será que a tecnologia é tão assustadora?
Como será o impacto entre você e a IA?
Quando estou em profundo estado de reflexão, pergunto-me como podemos nos adaptar sem perder tempo, tendo em vista que a automação de processos robóticos substituirá o ser humano que realiza tarefas repetitivas. Se todos os trabalhos manuais forem realizados por máquinas, como o cérebro irá se adaptar a essa novidade e criar uma nova adequação?
Há palavras de William Andreotti que são muito coerentes sobre abrir nossa mente e sermos receptivos para esse novo espaço na nossa mente:
“Somos humanos capazes de ver o que não dá para ser visto, ouvir o que não pode ser ouvido, aptos a perceber o imperceptível, alcançar e entender as respostas para perguntas que os algoritmos nunca conseguirão fazer. Podemos compreender o que robôs e sistemas nunca compreenderão. “
Vivemos relativamente no tempo/espaço e estamos navegando no oceano tecnológico sendo sobrevivencialistas e criando novas adaptações.
Recentemente, saíram matérias sobre o usa e a recriação de imagem de pessoas já mortas pela inteligência artificial, isso já deveria sinalizar sobre a memória, o que foi o caso da propaganda da Volkswagen ao utilizar a imagem da cantora já falecida, Elis Regina, fazendo um dueto com sua filha Maria Rita.
Mas até que ponto seria permitido usar a imagem de uma pessoa que não se encontra na dimensão física em um contexto totalmente fictício? De acordo com o sociólogo Glauco Arbix; “A finitude da vida está sedimentada na história social. Mesmo para aqueles que creem em vida após a morte, é algo sempre mais inacessível e distinto do que vemos agora, para o que não estamos prontos como sociedade”
Se você já assistiu o filme Matrix sabe do que estou falando, ele retrata muito bem sobre esse tema. A narrativa se passa em um futuro distópico, em que a realidade é uma simulação criada por máquinas avançadas para controlar a humanidade. Dessa forma, os humanos vivem em um estado de ilusão, acreditando que estão no mundo real, quando, na verdade, estão conectados a uma realidade virtual conhecida como “Matrix”. Isso nos faz refletir sobre como a tecnologia pode distorcer nossa percepção da realidade e nos desconectar do mundo físico. Precisamos criar uma barreira para não depender muito da tecnologia excessivamente, e sermos vulneráveis ao sistema que pode controlar nossas vidas.
Os estudos têm demonstrado que o cérebro tem sido significativamente afetado pelo nosso comportamento cultural, e o uso excessivo de telas tem sido um fator de grande importância para o comportamento que está afetando as crianças e causando distúrbios mentais. Como havia mencionado no início do texto a tecnologia está privando as crianças sobre a importância do brincar ,e perder o que tem de mais precioso a inocência, e de se tornarem espontâneos, criativos e a socialização com mundo a sua volta.
Quais os efeitos colaterais que impedem as crianças de ter experiências lúdicas quanto o universo digital?
Recentemente, numa conversa com o professor de geografia me despertou algo que me chamou atenção, ele mencionou que infelizmente não está conseguindo ter controle na sala de aula, os alunos estão substituindo os pais e os professores pelas as influencers e celebridades como referência na formação e fortalecimento de seu caráter e personalidade. A nova geração de jovens está sendo educada para se relacionar com essas novas perspectivas, basta observar.
É imperativo como devemos enxergar a nova realidade virtual? O que o futuro nos reserva e o que vai mudar em nossas vidas?
Muitos profissionais estão vivendo momentos aflitivos, porque no futuro algumas profissões se tornarão inúteis e quantas pessoas vão estar fora da sua vocação? Afinal, um simples dispositivo tem a capacidade de fazer tudo. Os aspectos positivos é que temos a possibilidade infinita de se recriar. O mundo está mudando e precisamos acompanhar, fazer parte e se beneficiar nesse monumental momento de mudança. Lembre-se, estamos embarcando numa grande aventura a um futuro desconhecido, precisamos nos preparar para a nova realidade virtual, seja pelo sim ou pelo não, um novo mundo está sendo construído agora, e quem será capaz de abrir caminhos tão magicamente criativos e grandiosos quanto aqueles que trilhamos enquanto dormimos. É claro, sem fechar os olhos para os perigos presentes no uso da tecnologia.
Por fim, seja bem vindo a era da tecnologia, o admirável mundo novo, e que não perca o “feeling” (sentimento), a inteligência criativa, a essência e sua inteligência interior. Como diz o grande visionário Sadhguru com suas sábias palavras, temos camadas de inteligência e podemos explorar de diversas maneiras, temos que está além do intelecto e explorar outras dimensões para que não percamos o que temos de mais precioso a nossa inteligência natural. Os seres humanos deveriam ser alegres, felizes e fazer algo que nenhuma máquina pode fazer. Um robô pode fazer tudo o que você pode fazer, mas ele não tem emoção, porque não tem consciência.
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Mônica Prado é bacharel em Musicoterapia pela Pontifícia Universidade Católica de Salvador, (UCSAL) com especialização na área neurológica, geriátrica e gestacional, com mais de 26 anos de experiência clínica como Terapeuta. Escritora, jornalista, colunista, comunicadora, pesquisadora e palestrante. Colunista da Revista Metropolitana, Jornal do Povão (SE), Jornal do Povão (MG), Revista Trama bodoque (BH), Além da participação semanalmente do programa de rádio (Aracaju) com abordagens e temáticas diversas sobre bem-estar, comportamento, consciência, espiritualidade, saúde psicoemocional, dualidade, autoconhecimento entre outros. Criadora do método Modaterapia em que no campo Da terapia observa e percebe a ótica da imagem e o comportamento das pessoas em relação à Moda. Transcreve conhecimentos e experiências dos atendimentos em consultório ajudando no Empoderamento feminino, elevando a auto estima da mulher, fertilizando a vida através das suas experiências singulares, o bem-estar e aceitação de si mesma.
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