Viajar significa atender à uma inexplicável inquietação da alma. Significa seguir o impulso do espírito humano que busca desesperadamente amplidão e entendimento. No momento em que nos deslocamos fisicamente, ultrapassamos a cômoda barreira do cotidiano. Renunciamos temporariamente nossas posses materiais e as máscaras sociais que insistimos em sustentar.
Vislumbramos, logo à frente, uma nova oportunidade de ser o que quisermos. Sentimos, pensamos e agimos sob a égide de outros contextos, e nos permitimos outras possíveis maneiras de praticar a vida. Este pequeno recorte no espaço e tempo, nos permite absorver experiências que são capazes de engrandecer a compreensão do exercício de viver, confrontar vivências antigas e perceber a impermanência de todas as coisas, bem como da própria existência.
Por assim dizer, percebo que existem inúmeros paralelos entre o ato de viajar e o ato de colocar-se diante de uma obra de arte (ao menos as que se propõe discutir e proporcionar experiências estéticas), por exemplo.
O modo como nos dispomos à ler e interpretar novos olhares sobre o mundo, sobre a diversidade cultural e costumes diversos, se assemelha em muito à tentativa de entrar no universo do artista ou do poeta, e os diversos contextos que transformaram sua percepção em algo palpável, através da obra de arte.
Nesse sentido, é razoável conceber que reside no ineditismo destas experiências um ponto de convergência essencial para o desenvolvimento da sensibilidade humana, que nos convida à ceder gentilmente ao completo arrebatamento da contemplação.
Talvez essa sensação venha porque, ao retornarmos de uma experiência estética diante de uma obra de arte, percebemos que já não carregamos mais alguns conceitos que outrora estavam conosco, cuja necessidade foi abandonada ou ressignificada, diante de diversas outras possibilidades de perceber e sentir aquilo que se propõe apresentar o que é belo.
Ao mesmo tempo, ao retornar de uma viagem, sentimos uma espécie transformação em processo de decantação, já parcialmente preenchidos por quem poderemos vir a ser, a partir de todas as novas experiências que colecionamos. Assim, nossos sentimentos mais puros e verdadeiros, amalgamados no alento de nossa humanidade, constroem a ideia de um futuro onde poderemos visitar, com carinho, o caminho que construiu nossos novos olhares e modos de pensar.
Frederico Lopes é Artista e Escritor. Trabalha no Memorial da República Presidente Itamar Franco e é fundador da Bodoque Artes e ofícios.
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