Demorou, mas fiz boa viagem. Estou pronto para essa nova temporada! Não vou dizer que está sendo fácil. Foram muitas turbulências para chegar até aqui. Viajei de máscara o tempo todo e com álcool em gel a bordo.
A partir de agora, feita a travessia, enfrentarei uma realidade e uma rotina muito diferentes. Mas, como diz meu poeta português preferido, “tudo vale a pena se a alma não é pequena…” Bora enfrentar o velho mundo e suas adversidades, que são muitas: barreira línguística, descompasso civilizatório, dificuldade de se fazer compreendido em coisas simples. Mas vou me esforçar ao máximo. São muitas aventuras. Já adianto que pareço viver uma mistura de realidade e ficção. Nunca imaginei estar aqui nessas condições adversas.
Hoje, passei pela avenida principal e me permiti fotografar essa igreja. O parque, porém, estava fechado.
Quanto ao clima, está dando pra levar. Acho que trouxe mais casacos do que deveria. Devo ter exagerado… Mas tudo bem! Enfrentarei frios mais severos!
Sair da roça pra ir a Juiz de Fora nesse período de pandemia não é fácil mesmo. A buracada nas estradas me fez sentir uma turbulência danada. Parecia que o eixo do ônibus ia descolar e a Mercedes coletiva ia levantar voo. Esse povo habitante de um velho mundo ou mundo velho, outrora apelidado de Manchester Mineira, parece que nos ouve em grego e não segue nenhuma norma de civilidade: pedimos pra usar máscara, tapar o nariz e a boca, mas insiste em proteger apenas o queixo, pra continuar espiando o universo pela ponta de seu nariz.
O parque Halfeld está fechado pros “veinho” não jogarem baralho. E, pela primeira vez, fotografei a cúpula da nossa tão conhecida Catedral por um ângulo diferente. Por acaso, pensaste tratar-se de outro lugar, amigo(a) leitor(a)?
Sérgio Augusto Vicente: sou professor de História e historiador, com bacharelado, licenciatura e mestrado em História pela UFJF. Atualmente, curso doutorado pelo Programa de Pós-Graduação em História, vinculado a mesma universidade. Dedico-me a estudar a história social da cultura no Brasil, trajetórias individuais e de grupos, história intelectual, patrimônio cultural, memória e educação.
Moro em Juiz de Fora (MG), onde trabalho no Museu Mariano Procópio. Contudo, mantenho-me umbilicalmente ligado às origens rurais de minha família, num sítio em Simão Pereira (MG), uma espécie de refúgio localizado à margem de uma estrada de terra que liga ao município vizinho de Belmiro Braga (MG). Sítio que se tornou memória afetiva de várias gerações de minha família, desde que meus tataravós portugueses o compraram em 1910. Sempre que posso, escrevo crônicas e poesias, abrangendo temáticas diversas, como memórias, cotidiano, política, etc.
No ciclismo amador, conecto a necessidade de cuidar da saúde física/mental com todas as áreas de minha vida, a que me dedico com amor e carinho. Entre um passeio ciclístico e outro, inspiro-me em histórias e memórias do cotidiano e paisagens de Juiz de Fora e região. Na página “Diários de bicicleta”, no Facebook, é possível ter acesso a esses registros.
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