Você, que está aí de quarentena: já imaginou formar uma banda à distância? Duvida que daria certo?
Nesse domingo, a Arredores apresenta para vocês uma galera de uns arredores diferentes – mais precisamente, do interior de São Paulo. Originalmente um projeto musical cover de Red Hot, a Black Mapache se formou com seus integrantes em países diferentes, lá em 2018.
Com dois singles lançados recentemente – “Meu Mundo” e “Keith Moon” -, a Black Mapache está baseada atualmente na cidade de Indaiatuba. É composta por Gui Queiroz (vocal), Igor Braga (guitarra), Henrique Vieira (baixo) e Vinicius Fregnani (bateria). O som dos meninos é fortemente influenciado pelo Funk-Rock, e têm como maior referência a banda Red Hot Chilli Peppers.
Essa semana, a colaboradora Carol Cadinelli conversou com o Gui, vocalista da banda, para conhecer um pouco mais sobre a história e os planos da Black Mapache. Rola pra baixo para ler!
Trama: A ideia da banda surgiu quando você ainda estava no Canadá. Como foi estruturar uma banda à distância?
Gui: Estruturar a banda à distancia foi até que simples. Em 2015, eu e o Vinicius Gama (1º baterista) tínhamos tocado juntos em duas ocasiões (nosso debut em palcos) e, desde então, eu tinha a pretensão de começar um projeto com ele. O Igão já tocou em uma outra banda com o Vinão e, sério, ele era a cara do John Frusciante – como a ideia era fazer um cover de Red Hot, certeza que o guitarrista eu já tinha encontrado (risos). Depois, perguntei pra um camarada meu se ele conhecia um baixista que fosse a copia do Flea, e ele me indicou uma versão barbuda dele. O Barba (Henrique) é de Sorocaba, mas não se importou com a ideia da distância. A parte difícil foi convencê-los a entrar, mas deu tudo certo.
T: Por que o nome Black Mapache?
G: Colocar um nome é sempre o mais difícil, acho. Mas numa discussão qualquer, a gente decidiu que ia ser algum nome de animal. Eu queria convencê-los de ser algo com Guaxinim, porque lá no Canadá tem de monte, e uma das minhas músicas preferidas é “Rocky Raccoon”, dos Beatles. Nisso, descobri que guaxinim em espanhol é “mapache”. Curtimos o nome e já decretamos que seria antes que viesse alguma ideia pior (risos).
T: Vocês começaram como banda cover do Red Hot Chilli Peppers. Qual é o trabalho deles que mais influencia as composições da Black Mapache hoje?
G: O Stadium Arcadium, com certeza! O By the Way tem uma parcela, mas o S.A. é duplo, né? Pra nós, é o álbum que eles estão no auge, instrumentalmente e liricamente falando.Fora que marcou nossa vida demais.
T: Os dois singles de vocês têm uma pegada mais pop rock. Quais são as principais inspirações de vocês, além do Red Hot?
G: Com o tempo, fomos diversificando mais, né? Beatles, Daft Punk, Tame Impala, Toro y Moi e Rancore são algumas das nossas inspirações.
T: Os dois singles inéditos de vocês foram lançados esse ano. Como fizeram para gravar durante a pandemia? E como é a experiência de produzir arte em um contexto como esse?
G: Com certeza [a pandemia] deu uma atrasada monstra em relação à produção das músicas. Já tínhamos gravado antes da pandemia, tanto Meu mundo quanto Keith Moon, mas ainda faltavam uns detalhes. Muitas chamadas de vídeo depois, vamos conseguindo lançar nosso trabalho. Nos temos nos adequado bem. Fazer música nesse contexto faz com que, de alguma maneira, sejamos porta vozes da galera que a gente representa. Afinal, música é sentimento, é momento, uma descrição de pontos de vistas e vivências do dia a dia. É um momento delicado para a humanidade, e a gente tenta, de alguma forma, acalentar nosso ouvinte com nossa musica.
T: Vocês já lançaram dois singles esse ano e estão se preparando para lançar mais cinco. Existe uma previsão de quando sai o primeiro álbum da banda? Ele já está concebido, em algum nível?
G: Nós temos mudado de estratégia a cada mês nessa pandemia. Desses próximos cinco sons que estão por vir, por enquanto, a ideia é lançar mais um como single e depois lançar um EP com essas seis faixas, para poder encerrar nosso primeiro ciclo. Para a metade do ano que vem, pretendemos sim soltar um álbum, que é um sonho de moleque de nós quatro. Ideias e rascunhos não faltam (risos).
T: Na cena artística de Indaiatuba e região, quem é referência e parceria firme para vocês?
G: “Abram o olho pra Indaiatuba”, seria meu recado aí para os quatro ventos (risos). Tem muito talento lá, e tenho orgulho de ter muitos amigos fazendo trabalhos tão bons. Não quero esquecer de ninguém, mas bandas como Stupid, Hutal, Trombalá, Gambiarock, Incendio, e Zaral têm um carinho especial envolvido. Vale à pena procurar, essa galera faz tudo com muito amor e dedicação!
T: O que você gostaria que eu tivesse perguntado que eu não perguntei? E qual a resposta a essa pergunta que eu não fiz?
G: Acho que a única coisa que eu acrescentaria é que temos planos de fazer uma live e que o nosso merch já está encaminhado. Em breve, nas nossas mídias, estaremos dando maiores detalhes!
Ouça o single mais recente da Black Mapache, “Keith Moon”:
Carol Cadinelli é jornalista, apaixonada por palavras. Escreve, edita, revisa, traduz e, vez ou outra, fotografa. Atua como Social Media na Peregrina Digital, assistente de edição na Trama e escritora nas horas vagas.
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