Mais do que um espaço de comunicação atrelado a concepções estéticas, a arte é performática. Toda ela. Enquanto ferramenta de expressão, a arte contempla a possibilidade das mais diversas performances, de corpos de todas as cores e formas que vivem, de vozes de todas as texturas e amplitudes que ecoam. E cada performance é afirmação desse corpo, dessa voz, desse propósito, desse pensamento, no espaço e no tempo em que se localiza. Criam lastro. Geram cultura.
Essa cultura que afirma é, talvez, um dos principais pontos de convergência entre os trabalhos da Mostra Performátika, curada pelo artista Noah Mancini para o Memorial Minas Gerais Vale. Trazendo video e foto-performances de sete artistas que atuam em Juiz de Fora e região, em seis trabalhos que comunicam especialmente sobre questões identitárias, a Performátika é, sem dúvidas, um grande exemplo da performance enquanto afirmação de corpos, vozes e vivências.
Essa semana, a Trama conversou com Noah Mancini, bacharel em Artes e Design (UFJF), artista-etc e curador da Mostra Performátika. Rola pra baixo pra conferir a entrevista!
Trama: Você trabalha com muitas frentes artísticas diferentes. Isso nasce das suas formas de expressão naturais, ou vem de um estímulo proposto pela formação no BI em Artes e Design?
Noah: Eu comecei nas artes com o teatro e com a dança, quando eu estava no ensino fundamental. Aquela coisa, né, a família vê que a criança é mais sensível, que gosta de coisas relacionadas à música, ao teatro… e a minha família acabou me colocando [nessas aulas], e aí pra quê, né, menina? Comecei a frequentar as aulas e a me dar muito bem. Eu tinha até mais desenvoltura social, e mais aceitação no meio, naquele espaço do teatro e da dança; eu me sentia muito bem nas aulas, adorava fazer as apresentações, adorava os amigos que eu cultivava naqueles espaços. Então, já no ensino fundamental, eu comecei a me interessar bastante por arte.
Quando eu estava já na fase pré-vestibular, que a gente já está escolhendo [o curso que vai fazer], eu queria muito fazer algo relacionado às artes; e eu me lembro de ter assistido a um seminário de palestras com vários profissionais das cênicas, de todo o Brasil, lá no Divulgação (da UFJF). Veio a Deolinda Vilhena, uns professores da UFBA e da USP, e eles estavam falando sobre o panorama do teatro no Brasil – sobre como era difícil, como você tinha que fazer várias coisas se você quisesse viver de arte; e eu fiquei muito com isso na cabeça. E foi quando, conversando com a minha mãe e com a minha família, eu coloquei para eles que eu queria fazer algo nas artes.
Eu pensei muito sobre essa multifuncionalidade que o artista precisa exercer, e também tinha a pressão da família e da sociedade em relação a escolher uma área com graduação em humanas. Antes de entrar pra faculdade, também, eu já fazia algumas colagens, uns desenhos, uns poemas, coisas assim… então, eu já estava muito com o pé ali. Na época, então, eu passei pro IAD, e comecei a estudar já tendo algumas poéticas segmentadas, já certa de que eu queria ser artista – ainda que a graduação ainda tivesse muita coisa pra me auxiliar, não só com as questões teóricas, mas com o encaminhamento profissional, eu já cheguei naquela de ‘sou artista’. Quando eu fui tendo mais contato com a grade do BI na prática, eu fui vendo o quanto ela era ampla e me possibilitava as coisas que eu já vinha desenvolvendo, em várias linguagens artísticas.
Além de ser um grande privilégio você estudar a arte na perspectiva de várias linguagens, eu acho que também é uma urgência profissional do criador, do produtor de cultura; essa interdisciplinaridade permite uma pluralidade de funções no meio artístico que eu acho que é uma questão do mercado de trabalho das artes. Como foi dito lá em 2012, mesmo, no seminário que eu comentei, é uma coisa que não dá pra desenvolver trabalhos sem isso. E é, também, uma urgência de várias pessoas que conheço, que fazem faculdades mais segmentadas, como belas artes, gravura… o que é ótimo, ter o recorte e a especialização; mas, ao mesmo tempo, vejo [essas pessoas] muito carentes de novas possibilidades de expressão e de profissionalização do trabalho. O BI, então, veio unindo o útil ao agradável, porque eu já vinha, desde antes da faculdade, numa poética de artista-etc, e o curso foi um empurrão para que eu pudesse começar a desenvolver outros trabalhos.
T: Você comentou que trabalha até com muito mais frentes artísticas do que as que a gente encontra quando joga seu nome no Google. Mas, quando a gente joga seu nome no Google, a performance e a fotografia/colagem aparecem como principais. Como é se reconhecer nesse lugar, de um artista do interior, preto, LGBT, e como um nome consistente em campos que a arte costuma ser tão elitizada?
N: Eu diria que é uma luta constante, e ela não está nem perto de terminar. É um dos percalços que a gente passa, e vai continuar passando, infelizmente; e que estamos aí justamente para que a gente possa não passar mais por isso. Eu acho que é sempre um exercício de provação, pra ti e para os outros.
Quando eu entrei na faculdade, eu entrei cheio de certezas sobre o que era cinema, o que era arte, e outras coisas. E aí, quando a gente entra, a estrutura do curso, a grade, os professores, te comunicam que “não é assim que a banda toca não, meu filho”, e vai cortando as suas asinhas. E, no fim das contas, você estuda cinco anos para chegar no final e dizer “pera aí, a banda vai tocar do jeito que eu quero sim porque senão nada anda” (risos); e acho que é isso, de você colocar a sua banda pra tocar sozinha, por si mesma. Não é exatamente um exercício de solitude, nem de solidão, nem de caminhada sozinha, porque temos aí os amigos que também ocupam esses espaços de margem, em diversos recortes, para conversar e ajudar a gente a não dar murro em ponta de faca; tem os grupos de trabalho; tem os afetos que também são artísticos ajudam a fortificar a cabeça – que, atualmente, se deixar, a gente fica louca, porque é isso que o governo quer mesmo… Mas ainda assim, o exercício tem a sua parte de caminhada solitária, porque às vezes você corre o risco de pagar de louca, que vem de carregar essa certeza até um ponto que ela seja uma certeza para outras pessoas também, de tanto que você precisa se impor; e, depois de um tempo, você já naturaliza essa necessidade de chegar e dizer a que veio e o que você faz – até pra você calcar nisso o seu espaço de ser, de existir nesses espaços. Como você disse, [esse campo] é muito elitista, por vezes é careta, e é um movimento de afirmação constante pra gente não enlouquecer e pra não deixar de fazer o que nos mantém vivos – tanto no sentido de ter o que comer, enquanto profissão artista, quanto no sentido de nos mantermos sãos e salvos (mais salvos do que sãos). E é a arte, mesmo, que dá essa sanidade cotidiana; isso é o que eu tenho como norte, é onde eu me apoio nos momentos de felicidade e tristeza. A arte é uma das poucas coisas que eu vou ter sempre, pra mim; e em sendo isso, se trata de usar a minha voz, o meu corpo vivente e pensante, para afirmar essa existência e a finalidade de estar aqui, nesse plano.
T: Você pontuou muita coisa sobre se afirmar para sobreviver; e a Mostra Performátika trata muito disso – mas, dessa vez, através da afirmação de outros artistas e que, você, como curador, toma uma distância do discurso, uma posição diferente da que você assume quando é o seu corpo ali em performance. Como foi essa experiência, para você?
N: Foi bem massa. Eu já venho flertando com essa experiência de curador faz um tempo, já venho trabalhando com curadoria há uns anos, e essa foi uma das possibilidades de materializar a curadoria.
Sempre que eu estou à frente de projetos coletivos, eu gosto de ocupar esse espaço de mediação, de poder fazer essa ponte para que outros artistas consigam fazer suas poéticas sem muitas limitações criativas. A ideia é executar a curadoria de forma que o artista se sinta à vontade para se expressar e jogar sua poética no mundo. Nessa posição de distanciamento maior, acaba que eu consigo fazer coisas a mais, como escrever textos críticos para cada trabalho apresentado (como foi o caso da Mostra Performátika); isso, pra mim, é muito legal, porque eu tenho muito interesse nessa parte crítica e acho que é uma forma de manter um diálogo não só entre público e o trabalho do artista, mas também entre o próprio circuito artístico. O artista ter um texto sobre o trabalho ajuda, posteriormente, na montagem de um portfólio, e ter esse feedback sensível, da minha leitura sobre os trabalhos, é importante pra essas pessoas.
Poder mediar é muito massa. Porque você se envolve, mas com uma outra carga; você se torna uma espécie de espectador também, e isso permite essas experiências de atravessamento, desde as partes criativas até quando você consegue ver a mostra pronta, de entrar lá e ver o resultado final do que você fez. Essa etapa de entrar no site, e ver os vídeos no youtube, e ver as fotos, é muito confortante, e muito realizadora.
T: Você menciona que você já trabalha com curadoria há algum tempo; porém, a Performátika foi o seu trabalho, nesse campo, que te proporcionou mais visibilidade, por conta até da parceria com o Memorial Minas Gerais. Você pensou o trabalho para essa parceria, ou ele já existia e acabou resultando nela? E como foi o processo de realizar a mostra junto a uma instituição com a relevância do Memorial?
N: A Mostra Performátika foi pensada especificamente para o Memorial Minas Gerais Vale. Eles lançaram um edital no primeiro semestre de 2020, para compor a programação virtual deles nesse contexto pandêmico; e logo eu pensei esse projeto, na categoria de performance, para caber no edital – porque caso a gente fosse aprovado, a gente teria subsídio financeiro pra executar o babado. Não que esse projeto não possa acontecer de novo futuramente, viabilizado por outros editais e outras instituições; mas o pontapé que deu início ao projeto foi o edital da Vale.
Sobre realizar a mostra junto ao Memorial, é uma questão delicada. A Vale tem um histórico pesado de mineração, de exploração, dos próprios crimes ambientais; mesmo assim, o dinheiro, o status e toda a instituição que ela representa continuam muito sólidos, a ponto de eles estarem podendo fomentar trabalhos artísticos. Quando eu chamei os artistas [para compor a mostra], eu falei que era um projeto pensado para o Memorial Vale, e eles já começaram a gastar: “Tô chique, tô criminosa, minha arte tá suja de lama!” (risos). Enfim. Ao mesmo tempo que todos nós gostamos muito de estar participando do edital, por ser uma instituição com nome de peso e que permitiu essa remuneração, a equipe do Memorial também foi muito de boa na questão de a gente conseguir ter um diálogo tranquilo com eles; eles foram prestativos onde eles podiam ser.
Eu acho que é um pouco desse movimento de a gente estar ocupando esses espaços, independente das críticas que lhes cabem – como o próprio trabalho do Augusto [“Gutão” Lopes da Costa] na mostra, que traz uma série de foto-performance chamada “Minas que Desaparece Dia após Dia”, e que traz justamente um pouco dessa relação do corpo com a natureza, com o ambiental, e que acaba conversando com as tristezas que aconteceram sob o nome da Vale. Então, por mais que a gente assumir esse espaço possa trazer à tona uma problemática, eu acho que poder tratar esses assuntos na própria mostra significa que existe essa ressonância de ideias e que a parada não é um corpo único; são várias pessoas que fazem, desde a instituição até a mostra. E foi bem tranquilo; como o projeto já estava encaminhado, a gente não teve grandes dores de cabeça para materializar o projeto, e foi isso.
T: Você é um artista-etc, com atuação em campos artísticos que, como a gente comentou, não são muito populares, acabam sendo mais elitizados. Ainda assim, você se formou em Juiz de Fora e permanece desenvolvendo o seu trabalho aqui. Qual é a importância que você percebe nessa sua iniciativa de permanência na cidade?
N: É engraçado, porque a gente que é artista e trabalhador da cultura sente muito que não tem campo em Juiz de Fora; mas eu acho que tem um contingente de pessoas, de artistas e de consumidores de cultura, muito ativo. Existem muitos artistas talentosos na cidade, em diversos campos; e existe uma galera que consome, para além dos artistas que consomem os produtos uns dos outros, mas uma população que não necessariamente trabalha na área de cultura e que frequenta os eventos, que vai às mostras e aos shows, a um espetáculo, a uma exposição de um amigo. E eu acho que a questão de continuar [aqui] é justamente buscando fertilizar, fomentar, agitar a cena local. De dar incentivo. Porque quando você faz [arte], e vê outra pessoa fazendo também, isso já te motiva; e se você está fazendo, e outra pessoa te vê fazendo, você incentiva, também – seja a a criar, como essa força propulsora que Juiz de Fora tem muito, que muitos artistas surgem aqui e saem, e muitos ficam.
Por exemplo, eu tenho o trampo com a Casa Povera, que é um coletivo de arte, que a gente começou dentro de um apartamento, fazendo exposições dentro de casa, e com o tempo a gente foi criando outras vias de divulgar essa arte local – que não é só daqui, mas que é independente. E eu vejo que isso é muito importante; principalmente nessa estratégia de mediar pessoas (para além do eu-artista criador), quando eu vou mostrar o trabalho dos outros, você vê nas próprias pessoas o quanto isso é importante para elas no sentido de que, quando a gente joga luz em alguma produção ou artista, a gente também está fazendo com que as pessoas ao redor dele sejam contempladas, prestigiadas, reconhecidas de alguma forma.
A gente reclama muito que Juiz de Fora não tem as coisas; mas, para ter, a gente precisa fazer, criar. Com a Casa Povera, as primeiras exposições foram com gente que a gente conhecia; não só gente daqui, mas que a gente já tinha um contato. E conforme a gente foi fazendo, outras pessoas foram conhecendo e vendo, nas nossas mostras, uma oportunidade de colocar o seu trabalho para jogo – inclusive muita gente que nunca tinha exposto na vida, que estava trazendo um primeiro trabalho, por exemplo. E nas nossas ações presenciais, a gente sempre prestigiava isso, de trazer tanto pessoas que já tinham experiência com arte quanto pessoas que nem falam que são artistas; de transformar pessoas que não são “artistas” em possíveis criadores, mostrando possibilidades… essa questão de reconhecer a arte no outro, seja através do corpo, seja através do desenho. As pessoas se veem ali, veem os amigos ali e vão querer participar também.
Então, embora [Juiz de Fora] seja uma cidade que tem alguns problemas, eu acho que é um lugar muito capaz de ser um pouco mais autossuficiente. Questões regionais e cartográficas acabam limitando, mesmo; o dinheiro está onde a cidade está. Então, Juiz de Fora, sendo uma cidade nem muito grande nem muito pequena, acaba tendo algumas carências no que diz respeito a isso; mas acho que é necessário, antes de tudo, continuar semeando, fertilizando e fazendo florescer a cultura e a arte. Isso para que as pessoas possam se ver ali, enquanto criadoras, enquanto entendedoras… porque se você coloca, sei lá, um quadro de pintura a óleo, chiquérrimo, do lado de um simples exercício geométrico numa exposição, ou um artesanato perto de um trabalho gigante, você tá dizendo ali que talvez existam muito mais artistas na cidade do que a gente pensa – e que, talvez, existam muito mais consumidores do que a gente pensa, também. E [tá dizendo] também do quanto a arte é importante, do quanto ela é parte indissociável da nossa vida.
T: Você comentou nessa reposta que JF é um local muito movimentado na área das artes, e isso é um comentário recorrente entre artistas de diversas frentes. O que você sente que falta, aqui, para que a gente possa ser reconhecido enquanto um centro artístico por pessoas de outras localidades?
N: Você pensa, né: a gente tem universidades, escolas, inúmeros lugares que poderiam vir a ser centros culturais, patrimônios a serem reconhecidos, e o que que falta? Falta remuneração. Falta campo. Tem até uma entrevista do Arlindo Daibert, de 1984…
Juiz de Fora, em 84, resolveu dar um título de personalidade pro artista; e ele elaborou um texto sobre a vida dele enquanto artista em Juiz de Fora. E ele fala que tem essa questão de uma cidade que está crescendo – agora, uma cidade de porte médio que pensa em ser grande -, em que existe essa permanência de um comportamento provinciano, de diretrizes conservadoras (embora tenhamos aí um histórico com o próprio Miss Brasil Gay e outras movimentações, até de uma certa tolerância). Mas, nessa mesma entrevista, ele fala que os próprios juizforanos que se deram – como ele próprio, como o Murilo [Mendes], como o Pedro Nava -, eles nem eram muito daqui, dessa cidade de forasteiros, mas eles aqui ficaram, esses que entram como grandes póstumos e acabam sendo cânones. Ele mesmo fala que “ser artista no Brasil, em Juiz de Fora, hoje, é estar disposto a trabalhar no anonimato durante anos. Talvez eu esteja destruindo todo o glamour da imagem romântica que a maioria das pessoas têm necessidade de criar em torno do artista; é criar mecanismos e atividades paralelas que patrocinem economicamente a nossa produção artística; é pretender ir um pouco mais além e arriscar-se a quebrar os padrões de comportamento e as aspirações mais legítimas da maioria das pessoas”. Daí, eu fico pensando nisso, que ainda é um problema a questão da remuneração, a questão de você se manter só vivendo disso; e, para você conseguir isso, você ter que sair da cidade. Porque, por mais que vá sobreviver “às custas do governo”, de editais, é necessário ter um capital de giro pras pessoas poderem comprar! Comprar uma peça de arte, seja um quadro, uma roupa, um ingresso…
T: A Performátika fica no ar até domingo agora, dia 17. Você está com outros projetos engatilhados já? O que vem por aí?
N: O show precisa continuar, né?! (risos) Como sempre, a vida delas não para, fica ligada, clica aí embaixo e se inscreve no canal… (risos) Mas, é, as coisas estão em processo, a gente não dorme no ponto. Eu estou escrevendo um livro, estou nesse processo de escrita autoral, e ele vai trazer ilustrações minhas, também; e a Lei Murilo Mendes de 2020 não saiu, né? (risos). Estou esperando, inclusive, tanto a de 2020 quanto a de 2021.
Sobre o livro, ele é um compilado de contos, crônicas, alguns poemas, casos, que a gente vai angariando pela vida. E escritas mais antigas, também, como memórias, além de coisas mais frescas e atuais. Eu estou querendo lançar antes do final deste ano, porque já está bem encaminhado, e eu quero ilustrar com algumas rasuras e ruídos que eu tenho feito. E, nesse momento, estou pensando bastante nessa questão de afinação, para ficar tudo amarrado bonitinho. Já sobre a Murilo Mendes, ela é a garantia quase que constante de os artistas poderem estar vivos e ativos na cidade; então claro que a gente sempre tem projetos [para ela], e também é muito bom de ver que artistas que fazem com muita excelência sejam contemplados – o que é muito bom para a cultura da cidade e para cada artista, seja ela contemplada de maneira direta ou indireta. Mas pra MM, sempre tem projetinho (risos).
T: O que você gostaria que eu tivesse perguntado e que não perguntei? E qual é a resposta a essa pergunta?
N: Pra ser bem sincera, quando você entrou em contato comigo e se apresentou, eu fui lá no site da Trama e li a entrevista com o Washington. E eu amei a entrevista, e até comentei com meu namorado que: “gente chique ela jornalista, ela até pergunta ‘o que você gostaria que eu tivesse perguntado e que não perguntei?’, achei isso um luxo!” (risos). E aí a gente aqui, conversando, eu nem lembrei dessa pergunta, e agora que você me veio com ela, eu fiquei “ah, era isso, era essa a pergunta que eu queria que me fizesse” (risos), mais pelo luxo de estar sendo entrevistada, pelo glamour, e pela experiência de estar nessa abertura de você perguntar para a pessoa qual é o recado que ela tem para dar. Então era essa a pergunta que eu queria. Acabei com a brincadeira, né? Mas é a verdade (risos).
A Mostra Performátika estará disponível nas plataformas virtuais do Memorial Minas Gerais Vale até o dia 17/01 (domingo), com acesso livre e gratuito para o público geral.
Capa: Fotoperformance ‘Não Branca o Suficiente’, de Paula Duarte, que compõe a Mostra Performátika.
Sobre a Entrevistadora:
Carol Cadinelli é jornalista, apaixonada por palavras. Escreve, edita, revisa, traduz e, vez ou outra, fotografa. Atualmente, é editora na Trama, Social Media na Peregrina Digital e escritora nas horas vagas.
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