Exposição Fotográfica – Retratos de Auschwitz: A Arte em Busca da Paz

“Parecia que a SS1 iria entrar pela porta e ordenar minha execução”.

Foi assim que descrevi minha visita aos campos de concentração de Auschwitz I e II (Birkenau).

Era uma manhã de outono na Polônia. Tudo era cinza, e o frio castigava os inúmeros visitantes. Olhei para cima tentando fazer a leitura da luz e observei que o céu chorava; as lágrimas em forma de garoa fina, deixando a paisagem ainda mais pesada. Respirei fundo e me coloquei a fotografar…

Através das lentes de minha câmera, o filme de horror nazista se repetia em silêncio. A emoção me arrebatava a cada click; sentia uma angústia profunda, e as lágrimas não demoraram a cair (como aquela garoa lá fora). Era como se cada um dos (milhares de) mortos naquele local tentasse me pedir ajuda. Uma sensação horripilante e amedrontadora.

Ao empunhar a câmera para registrar tudo, sabia que minhas imagens repetiam algo visto e compartilhado pelos quatro cantos do planeta. Mas minha missão ali era nobre: levar um grito de paz através das fotografias. Dizer BASTA a todo tipo de injustiça e intolerância. Queria, naquele momento, colocar em cada foto toda minha indignação e meu repúdio à violência, fazendo com que minhas imagens clamassem por justiça; anexando, a cada uma delas, a bandeira com o pedido de paz.


[1] organização paramilitar ligada ao partido nazista e a Adolf Hitler


Fernando Priamo, ítalo-brasileiro, nascido na cidade de Juiz de Fora/MG, cursou fotografia em São Paulo, especializando em fotografias de moda e fine art. Em 1999, inicia sua trajetória no fotojornalismo, sendo convidado para compor a equipe do Jornal Tribuna de Minas, onde em 2016 se torna Editor de Fotografia. Prestou serviços para diversas agências de publicidade, empresas das mais diversas áreas, além de prestar serviços como Freelancer para vários jornais e revistas do país.


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