por: Paola Frizero
Criatividade tem sido um tema constantemente abordado nos estudos sobre economia e sustentabilidade dentro do turismo, onde nos encontramos em uma nova fase paralela ao grande movimento do “turismo de massa”.
Este tipo de atividade, que teve início com a revolução industrial e vem se aprimorando até os dias de hoje, encontra-se paralelo ao que chamamos de fast movement, que são, resumidamente, atividades mais dinâmicas, onde se “ganha” tempo conhecendo muitos lugares em poucos dias. Este movimento fez com que o ato de viajar se tornasse cada vez mais acessível, o que foi e ainda é de extrema importância para a economia do setor.
Apesar deste modo “fast” de conhecer os lugares ainda ter seu espaço garantido em muitos segmentos de público, como o da melhor idade, por exemplo, o chamado slow movement, veio contrário à esta tendência de forma a resgatar hábitos pré-industriais, com uma maior valorização do tempo. Este movimento aparece com destaque nos últimos anos em vários âmbitos do nosso cotidiano, como por exemplo na gastronomia, na moda e claro, também no turismo, colocando em foco o apreciar das coisas e lugares com o objetivo de conhecer mais a fundo e com maior riqueza de detalhes.
Simultaneamente ao que chamamos de “Slow tourism”, acontece o fenômeno das cidades criativas, como uma forma de ressignificação da atratividade cultural da cidade ou produto turístico, que nada mais é do que uma inovação na forma de mostrar ao mundo sua importância através de manifestações culturais, parques temáticos, museus e monumentos, dentre outros.
A UNESCO, que possui uma “Rede de Cidades Criativas”, divulgou em seu último senso as 64 cidades de 44 países que se somaram à lista anterior. A lista completa ficou com 180 cidades de 72 países. Dentre elas, as cidades brasileiras: Brasília (DF) e Curitiba (PR), destacando-se pelo seu design, João Pessoa (PB), que se sobressaiu pelo artesanato e arte popular, Florianópolis (SC), Belém (PA) e Paraty (RJ), por sua gastronomia, Salvador (BA), pela música e Santos (SP), pelo cinema. Neste ano de 2019, outras cidades brasileiras se candidataram ao título, dentre elas, a capital de Minas Gerais, Belo Horizonte, por sua gastronomia.
A difusão do Slow Tourism e a valorização das cidades criativas exige que sigamos uma lógica cada vez mais complementar – local e global, quantidade e qualidade, economia e cultura – e a tendência é que esta valorização da experiência seja cada vez maior no âmbito do turismo, em que o viajante busque cada vez mais permanecer por mais tempo um um só lugar como uma forma de imersão naquela cultura e em suas peculiaridades.
A lista das cidades criativas encontram-se no site da UNESCO e, portanto, possuem visibilidade internacional.
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