por: João Batista
Sempre estive inserido em ambientes profissionais onde os números são o fator preponderante para a medição de desempenho.
Prazos apertados, movimentação intensa, altos níveis de estresse e cobranças, onde ficar parado por um minuto sequer seria considerado quase que um crime aos bons costumes.
A verdade é que somos predispostos a nos acomodar inclusive com aquilo que julgamos ser ruim.
Mas a vida é como o vento, às vezes apenas uma brisa, mas às vezes como um furação que nos leva tão longe que as mentes já calejadas pela mesmice jamais poderiam imaginar.
E eis que de repente este vento sopra novamente e me leva rumo ao desconhecido. Meio que clandestino, em uma nova oportunidade, onde fui parar em um ambiente repleto da mais pura essência da arte e cultura.
Tudo parecia estranho, meio louco e praticamente nada fazia sentido. Afinal, alguém acostumado àquele ritmo acelerado de antes, certamente se sentiria como um peixe fora d’água neste novo cenário.
Era tudo tão calmo e silencioso, mas ao mesmo tempo tão vivo. Com pessoas tão intensas e apaixonadas pelo que fazem.
Uma mistura de sensações impossíveis de descrever.
Depois de algum tempo é certo que a adaptação viria, afinal é de nossa natureza. Mas de alguma forma, secretamente o coração pedia mais, e hoje sem perceber, aqueles antigos minutos criminosos são cada vez mais frequentes e extensos, experimentando agora o ensurdecedor silêncio da mente tentando aprender a escrever a própria ideia do que é noção ou mesmo a falta dela.
Aprendendo que não existe tempo perdido, trata-se apenas uma pausa que antecede o início de uma nova transformação.
Isso é arte!
João Batista é Vigilante e entusiasta das artes. Apaixonado por música e cinema. Prefere os clássicos às tendências da modernidade.