O objetivo artístico deste trabalho é apresentar a estética dos cabelos trançados, comumente usados nas populações afrodiaspóricas e africanas. Busca-se ressaltar a importância dos pingentes, anéis, miçangas, conchas de búzios, palha da costa, e dentre tantos outros elementos que compõem a estética capilar crespa negro-africana. Em um movimento de releitura dos penteados tradicionais africanos como o Agogô de Oxum e Sùkú de Oya, a artista procura apontar a presença de penteados tradicionais no mundo contemporâneo, desde território africano (iorubano), bem como no território diaspórico. Em concordância com os estudos Raul Lody (2004) em “Cabelos de axé: identidade e resistência” e Nilma Lino Gomes (2006 “em sem perder a raiz: corpo e cabelo como símbolo de identidade negra” a autora explora o legado ancestral de trançar cabelos e os enfeites que compõe a estética corporal.
A partir de sua pesquisa de campo em salões de beleza afro para desenvolvimento de tese de doutorado sobre ocupação de trancistas afro no Rio de Janeiro, a pesquisadora percebeu as dimensões estéticas, políticas, culturais, sociais e econômicas que atravessam a atividade de trabalho delas. Além disso, notou que há poucas narrativas visuais, principalmente através da perspectiva/ narrativa dos desenhos sobre o fazer das tranças, os elementos que adornam as tranças ,e as complexas tramas que estruturam os trançados afro. Este ensaio visual apresenta as interpretações da pesquisadora para a prática cultura de trançar cabelos nas populações afrodiaspóricas e africanas. Trata-se de mostrar a permanência e resistência dos trançados no mundo contemporâneo, e como esses penteados carregam histórias, processos cultutais, políticos- econômico e contam história de civilizações como os povos himba, mbalantu, iorubas dentre outros.
Fomo Ty Iyemonjá Luane Bento é pesquisadora de relações étnico-raciais, multiartista (desenha, escreve poesias e roteiros de filmes). Ela é formada em Ciências Sociais pela UERJ e Biblioteconomia e Documentação pela UFF. Possui mestrado em Relações Étnico-raciais pelo CEFET-RJ e doutorado em Ciências Sociais pela PUC-Rio. Dirigiu e roterizou o curta-metragem Memórias Trançadas (2022) que trata sobre capilaridade crespa nas famílias negras. Desenvolve estudos sobre cabelos crespos, penteados trançasdo, trancistas, trançadeiras e etnomatemática das tranças afro. Instagram
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