É através das nossas experiências que nos colocamos como sujeitos vulneráveis para aquilo que nos atravessa. Ser o sujeito da experiência, então, é se colocar vulneravelmente, também, quanto as nossas motivações. Assim na elaboração das presentes obras, as figuras são resultantes de uma reflexão individual em que o artista retorna a memórias de experiências afetivas e sexuais, como alternativa para localizar signos recorrentes em suas pulsões e desejos enquanto portador de seu corpo. Sua conclusão está exposta em seu grande trabalho, que parte de uma investigação advinda de um intenso movimento de introspeção; e ao final lançando ao público as possibilidades pictóricas da figura no campo da ilustração, enquanto simultaneamente sugere uma reflexão quanto a funcionalidade do sketchbook para além do caderno de estudo, visando dar notoriedade e valor ao processo artístico.
Por isso a série que foi nomeada de “Veredas: traços e notas“, pois aqui o artista Matheus Menezes ao contar com fragmentos de sketchbook, com as ilustrações executadas em lápis de cor, e o traço sendo elaborado como resultado dos estudos das potencialidades plásticas da figura, somado ao post-it como um recurso utilizado de modo recorrente em algumas de suas obras para que haja uma espécie de sobreposição das camadas em “notas”, e proponham uma alternativa a qualquer desvio e falha. Para Matheus, o sketchbook é uma ferramenta que participa de toda a gênese criativa. Um material que é dado popularmente como parte de um processo construtivo de um artista, e a partir disso, foi pensado essa série, uma alternativa de deslocamento, trazendo protagonismo a essa ferramenta, utilizando-a como suporte final.
Matheus Menezes é um artista e ilustrador, nascido na cidade de Valença – RJ. Atualmente está em seu segundo ciclo da graduação em Artes Visuais pela Universidade Federal de Juiz de Fora. Seu trabalho transita pelas temáticas da sexualidade e da memória. A escrita pessoal em seu diário participa de seu processo criativo como exercício de construção narrativa e de reconstrução de memória. Suas ilustrações são elaboradas alinhadas à escrita, com finalidade localizar ordens de desejo, afetos e desafetos. Simultaneamente, suas obras articulam as potencialidades plásticas das figuras. O artista possui influência de artistas como Francis Bacon, Lucian Freud e Robert Mapplethorpe enquanto a abordagem do corpo e da sexualidade. Já participou de exposições na em Juiz de Fora como: – Exposição da Casa Povera, no CCBM em 2020; – A pintura como desafio permanente, na Galeria Guaçui em 2022; – Laboratório Aberto, na Galeria Guaçui em 2023; – Arte ao Infinito, na Galeria Guaçui em 2023;
@momtht
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