Nascido e me criando em Teixeira de Freitas- BA, sou artista plástico e dançarino. Um jovem preto, muito ligado à ancestralidade e engajado na luta étnico-racial da região. Minha arte, dentro desse contexto, insurge com a necessidade de mudar a narrativa sobre negritude. Por vezes, e infelizmente, na maioria das vezes o negro ocupa o papel de marginalizado na arte. Minha urgência, é comunicar através da arte a perspectiva de prosperidade e encantamento, que nos foi roubada. Minhas pinturas, em cores predominantemente azul, branco e dourado, nascem dos contornos de sentimentos e da necessidade de representar pessoas pretas, através desse olhar de prosperidade, afeto e encantamento. Busco dar cor e promover encantamento as narrativas que foram acinzentadas e desencantadas. Dessa forma, temas como ancestralidade e orgulho negro estão transversalizadas em minhas telas. Minha arte é para dar contorno naquilo que em mim está solto, e não se enquadra. Sou graduando na Licenciatura em Ciências Humanas e Sociais, pela UFSB. Em minha prática pedagógica, busco usar a arte como ferramenta para a construção de um processo de ensino e aprendizagem comprometida com a educação emancipatória. Eu me inspiro nas outras pessoas que o instiga, sua maior inspiração é observar as outras pessoas dançando, amando e vivendo. Outros artistas, principalmente da MPB, me inspiram a produzir. Tenho a arte como a canalização do transbordo de sentimentos, angústias e desejos de transformação. Neste canal o que emerge é a necessidade de apresentar a outras pessoas pretas a possibilidade de sonhar, realizar, sermos encantados e prósperos.
Wallas Vitor é artista plástico e dançarino, do extremo sul baiano. Graduando em Licenciatura em Ciências Humanas e Sócias pela UFSB. Dentro da universidade Wallas participa ativamente na organização de eventos para promoção e fortalecimento da identidade cultural da região, promovendo assim, espaços para que outros artistas compartilhem seus trabalhos. Wallas atuou na escola da sua comunidade fazendo arteducação, com crianças do ensino fundamental. Neste período, enfatizava a importância de entender as complexidades das infâncias e desenvolvimento de autoestima de crianças pretas, tendo a arte como ferramenta. Além de participar de eventos culturais municipais e regionais, levando sua arte e as discussões em torno delas com outras pessoas.
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