Luz

Segui a trilha de luzes por todo o trajeto. As luzes me guiram em meio a escuridão. Algumas vinham de cima, outras de baixo. As de baixo eram o reflexo da minha própria luz. Do outro lado, era possível ver outras luzes sendo guiadas pelas mesmas luzes que me guiavam. Elas vinham em direções opostas a minha e, muitas vezes, me atrapalhavam.

É que as vezes luz demais cega a gente.

As vezes a gente precisa deixar os nossos olhos se acostumarem com o breu. As vezes, a noite nos conforta, nos convida para uma viagem desconhecida e nos apresenta à nossa própria intuição, imaginação – porque eu nunca sei o limite que separa uma da outra, também porque eu nunca sei até que ponto intuição e imaginação estão interligadas.

*Espere, vou tentar reescrever: As vezes a noite nos conforta, nos convida para uma viagem desconhecida e nos apresenta à nossa própria luz.*

Confesso que pela primeira vez achei que não teria o que dizer. Confesso que o medo tomou conta de mim, pois pensei que o marasmo apático tomaria conta de mim mais uma vez. Mas hoje deixei as pequenas luzes me guiarem na escuridão e, no meio do caminho, deixei o breu envolver o meu trajeto ponto de depender, unicamente, da minha própria luz. Deixei ser. Deixei fluir. A inspiração veio e eu escrevi.

E pensar que eu só descrevi uma viagem de carro.


Luisa Biondo é redatora, mas ama desenhar e fotografar. Atualmente trabalha em uma agência de marketing e nas horas vagas faz uns rabiscos que ficam guardados na gaveta.


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Um comentário

  1. Como é bom abrir meus e-mails (todos os domingos) e me deparar com uma notificação que aguardo tooooda semana. A delicadeza das palavras, a sutileza do contexto. Amiga, você me inspira ❤

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