por: Kariston França
Volta e meia vemos os filmes de ficção dando uma pincelada sobre o futuro. Via de regra as coisas não estão boas para a maioria da população.
É um amontoado de caos, como em O Quinto Elemento ou em O Juíz. Um caos, sofrimento e crise.
O que gera em nós essa perspectiva?
Me lembro das aulas de história, e, nos livros, haviam imagens positivas a respeito do futuro e de como andaríamos em carros voadores e helicópteros particulares pequenos para agilizar a vida.
O que aconteceu? O que acontece?
Eu realmente me preocupo com a maneira como estamos sonhando nosso futuro.
Se observarmos o excesso de produção, estamos construindo entulhos para que surja a demanda de um Wall-e em nossa rotina – e eles já estão varrendo as nossas migalhas agora mesmo – algo que é mais denso do que um texto aqui poderia demonstrar (uma série talvez?!).
Enfim.
Quando observamos o “entulho civilizatório” deixado para trás pelos que nos antecederam por séculos, vemos um “entulho artístico”.
Um monte de pedras velhas que nos contam histórias, nos embalam em uma viagem no tempo.
Qual é então o nosso “entulho civilizatório”?
Estamos deixando castelos em ruínas? Pirâmides? Marcos históricos?
Sim, alguns.
Mas pare pra pensar em um pátio de carros parados, modelos diferentes, cores semelhantes e formas quase idênticas. Hoje os carros de montadoras diferentes são extremamente idênticos e uniformes.
Nossa produção está nos levando à “morte” da arte e ao surgimento de uma “obsolência da diversidade, a morte da arte e a massificação da produção cultural” (obrigado Flausino pelo termo!).
Um olhar sobre a arte que o Coliseu representa para nós e o que o Empire State representará para as gerações futuras é o que nos resta no momento.
Refletir sobre o legado que estamos deixando.
Kariston França é apaixonado por pizza, e nas horas vagas atua como entusiasta da teologia pública.