Era uma vez... Uma mulher empoderada Dona de si mesma Trabalhava em seus projetos Esbanjava sonhos e vivacidade Saía frequentemente com as amigas Gostava do próprio corpo Até que em uma festa de aniversário Conheceu o esquerdo macho de sua vida Deleitava-se com o seu discurso desconstruído Mergulhada num banho tépido de conceitos Ah, o amor romântico! Unicórnios saltitantes Encantamento fatal O primeiro programa dos pombinhos Assistiram um clássico desenho animado Enredo originalíssimo Frágil donzela semidefunta Salva pelo beijo do príncipe necrófilo Lágrimas copiosas inundaram suas faces Sua rotina mudara por completo Hábitos e comportamentos e gostos Girando ao redor do faloego Tudo para agradar o reizinho Relevava a leviandade de seu menino Confiava na capacidade de endireitá-lo Perdoava-lhe a rudeza constante Homens demoram para amadurecer Chateava-se com a inveja das colegas Comentários infundados de sua parceria Acostumara-se com as algemas Sequestrada de si Aquele beijo a adormecera Adormeceu para quem é Adormeceu para quem ele é Adormeceu para a realidade Adormeceu profundamente E se esforça para ficar adormecida E foi infeliz para sempre Fim
Gabriel Garcia é poeta. Atua como professor de Física nas horas vagas.
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