Nascer é o primeiro verbo
A todo instante A palavra escapulia Da ponta firme da caneta Dobrei, então, as bordas da página Para que dali não escapasse Na tentativa, desenhei um ponto Profundo, sem fundo No meio da página, esperando Que, de repente, vagasolta, Nele a palavra tropeçasse E no susto se revelasse Um S, indaguei. Imaginei que aquela curva que emergia Em torno do abismo, no centro da página, Inseminava uma palavra Mas era um ovo: o universo não nasce do Nada. Cibelle Almeida é natural de Belém PA e vive, há mais de 10 anos, em Brasília DF, onde desde então, trabalha em organismos internacionais. Entusiasta da arte, vem experimentando e estudando diversos recursos de criação e expressão, entre …