Luara
por: Rute Ferreira
Duda ou Sobre a impermanência dos sentidos
por: Rogério Arantes
Valença
por: Clara Bezerra
Rosa Verde
Entrei no paraíso sob a graça da mãe divina Caminhando: tão simbólico, tão vivencial O local idílico da antiga neoclássica poesia Alegro-me na paisagem com luzes fulgurantes Pachamama! A alma esbalda-se de prazeres estéticos Escrevo debaixo da árvore frondosa Inspirado pelos espíritos da natureza Escuto os elementais e danço em transe Pachamama! Os pássaros entoam …
Perder: verbo transitivo e intransitivo
No dicionário o verbo perder possui inúmeros significados, dentre eles : 1. deixar algo em algum lugar por esquecimento ou distração. 2. ficar sem a posse de. Assim perder. Em nossa realidade, longe das regras gramaticais, tem um significado ainda mais forte e arrebatador, que não se conjuga, é mais que um verbo transitivo ou …
Setembro
“Tinha apenas quatorze anos quando conheci Paulo André – ele um repetente da 7ª série, já com seus dezessete anos – eu uma novinha ingênua, tímida e sem experiência, aluna aplicada, e boa filha. Essa foi a fórmula perfeita para me envolver, e ceder a todos os seus caprichos e vontades. Quando me dei conta, …
Casa dos sonhos
O ar vestido de pó de mármore faz de cortina do teatro que desaba com todo o drama de quem desmaia mas eu ainda ouço… as rachaduras retumbam ao meu redor subsiste sinfonia de destruição Emoções quebram junto à madeira do palco ninguém mais dançará lá Canções vibram mais forte que o acaso acabam no …
Carniceiros
por: Pablo Danielli
A cama humana
Carlos aconchega-se na cama do quarto de hotel «trezentos» com quatro almofadas em riste. De costas apoiadas no forte almofadado, pega no tablet que usa tanto para lazer quanto para trabalho. Na casa de banho da sua suíte, o murmúrio calmante da água contra os azulejos acaricia-lhe os ouvidos. Carlos imagina, então, o champô a …
Tudo vale a pena
“A morte é rainha que reina sozinha, não precisa do nosso chamado, recado, pra chegar…”, diz o início de “A morte”, melodia e letra de Gilberto Gil, que Jards Macalé gravou brilhantemente em 1972. Quando chega, “a indesejada das gentes” (como dizia Bandeira) muitas vezes é caminho para o cemitério, palavra grega que, explica a etimologia, …