Azeitona

 Quero que eles o vejam como protesto. 
E que sirva como um gesto honesto
De quem é contra sua repressão. Meu ouvido doía 
A cada grito, eu diminuía 
E eu já não sou muito grande sabe? 
Tua voz estridente fazia o teto tremer 
Me deixando do tamanho de uma azeitona
Já não podia ser ouvida 
Talvez eu possa desenhar 
Quem sabe alguém lá de cima veja e me acuda 
Mas meus desenhos são feios, o lápis é grande e minhas mãos são pequenas demais 
Se eu dançar eu possa ser vista 
Meu corpo é desengonçado 
Como acompanhar esse tango avançado? 
Se eu tocar uma trombeta 
Alguém pode gostar e olhar aqui embaixo 
Estarei a soprar, soprar e soprar e um miúdo assobio ouvirá 
É melhor eu ficar pequena aqui sozinha 
E você a gritar cada vez mais alto
-M.E.


Entre Nossas Linhas é uma página de Instagram criada por duas amigas que encontraram na arte de escrever um refúgio.


Clique na imagem para acessar a loja virtual da Bodoque!


Galeria

Apoie pautas identitárias. Em tempos de cólera, amar é um ato revolucionário.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *