CAÇADORA DE HISTÓRIAS: FUSCA, MARESIA E ROD STEWART

Há momentos da nossa vida que, quando recordamos, podemos sentir o aroma, o vento beijando nossa pele ou até uma música especial que faz o botão de volume do rádio girar para o máximo. É a memória afetiva que se ativa pelo nosso paladar, olfato, audição… De uma forma ou de outra, estamos sempre revisitando esses lugares que ficaram parados no tempo longe do caos e da pressa que existem atualmente. 

A história de hoje irá se costurar com a minha, com a tua e talvez com a de uma geração inteira. O passado é um presente que pode ser saboreado a qualquer dia, qualquer hora.

“Eu era jovem, vivia com meus pais e não tinha irmãos. Morávamos no litoral, onde os cabelos sempre estão levemente salgados, e se não passar uma “aguinha” no carro todo fim de tarde, a maresia corrói.

Tínhamos uma vida simples na vila de pescadores, e eu tinha vontade de conhecer gente, entender o mecanismo das coisas, ver além daquele horizonte cortado pelo píer. Aos Sábados, gostava de entrar no fusca do pai e ligar o rádio. Lá tocavam músicas que embalavam todos os meus sonhos, e eu sentia que havia muito mundo para meus olhos verem ainda.

Nessa época, se tu gostasse de uma música que o radialista colocava, era muito difícil ter acesso a ela de novo. E quando era em inglês, então? Não entendia o artista, a música, bulhufas!

Foi numa dessas tardes de tempo vagaroso que conheci a voz rouca e os acordes mais lindos de Rod Stewart. Desde então, começou a saga de tentar descobrir quem era o cantor e como ouvir ele de novo.

O tempo passou. Cresci, casei, tive filhos e, em todas minhas atividades, lá está Stewart no plano de fundo da minha vida.

Há poucos dias, minha filha mais velha entrou em contato com uma rádio local que escuto há muitos anos (inclusive apresentei pra ela quando ainda era pequeninha) e pediu “Tonight’s The Night”, que gosto tanto, e dedicou para mim.

A música é estado de espírito, marca de vivências, ultrapassa gerações.

Lá na década de 70, quando escutei pela primeira vez, nunca imaginei que tanto tempo depois ela retornaria para mim através da minha filha.

Círculos da vida.”

Histórias, memórias e sensações são os que nos conectam, independente do ponto de partida, classe social e demais lugares de fala. Por isso, tenho um projeto que foi conhecer o mundo virtual esse ano, que se chama Caçadora de Histórias, e ele acontece no Instagram.

Gostou da leitura? Então vou te contar um segredo: Contar histórias é a medicina da minha vida.

Uni tudo isso num projeto que floresce de maneira vagarosa e especial que se chama “Caçadora de Histórias”. Tu podes conferir ele lá no Instagram e se quiser participar, escreve para mim através do e-mail tuahistoriaaqui@gmail.com e me deixa te ajudar a enxergar a heroína/herói que és em tua própria trajetória.


Victória Vieira é escritora e idealizadora do projeto Caçadora de Histórias. Caçando e ouvindo histórias, vou escrevendo a tua com minhas palavras e te ajudando a ter um novo olhar sobre ela. Siga o projeto no Instagram.



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