Tem morte mais lenta e dolorosa do que fingir que está tudo bem? Enquanto rasga-se o peito, a garganta permanece intacta. Tudo é sentido e só, e sozinha. Nos últimos dias tem doído mais do que posso aguentar: uma dor latente e agonizante mas a máscara encobre não a de pano, mas a de dentes sorrio e aceno para a dor como a velha conhecida que ela é. não que ela seja a minha amiga, mas é minha companheira. Às vezes eu falo, sim! Só que estão tão acostumados a não ouvirem, que não faz diferença. Nada é válido, nem a premissa e nem a promessa de entender o outro. Confesso que hoje chorei uma dor que nunca mais pensei que sentiria. Eu vi pessoas realizando sonhos no mesmo dia que realizei um dos meus maiores medos. Isso doeu mais que a própria dor. Uma inveja lastimável de quem não aguenta mais morrer todo dia um pouco ao invés de tudo de uma vez.
Geara Franco é jornalista, social media, macramística e poetisa nas horas vagas.
Que poema foda! Eu fui tocada lá no fundo. Geara, você é demais!