ÉS TU, BRASIL?

 Pedimos vacina,
 Servem chacina.
 Meio milhão não é nada
 Em meio a tanta propina.

 Comida no prato?
 Vacina no braço?
 A gente paga o pato,
 Eles correm pro abraço.

 O distanciamento só aumenta
 Entre flechas e gás de pimenta.
 Apanhar por lutar por direitos,
 Lucrar pra fechar uma ementa.

 Enquanto sonha em ser réptil,
 Lá já são um ninho de cobra.
 O Brasil não é terra fértil;
 Aqui sonho não brota:
 O que o gado não come
 Fazendeiro esmaga com bota.

 A pátria já não é amada,
 Mas desafia o nosso peito a própria morte.
 Pátria não é mãe, é madrasta.
 A esperança no chão se arrasta.
 Estamos jogados a própria sorte.

Geara Franco é jornalista, social media, macramística e poetisa nas horas vagas.


Um comentário

  1. Muito bom. A situação do país é triste, mas vamos sair desta. O Bozo é um despreparado. Quis dar um golpe mas não tem força política para tal. Como é que pode o povo ter votado num bossal, favorável à ditadura, tudo por medo de um “comunista”, segundo a visão deles e as desinformações. Você expressou bem a indignação. Escrevi um poema, e foi publicado aqui, chamado ‘BRADO’, recentemente. Expresso nele a saudade de um país verdadeiro, que precisa ressurgir, sair destas trevas. Parabéns pelo poema.

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