[EXPOSIÇÃO VIRTUAL] ANCESTRALIDADE EM LINHA

A minha relação com a costura é de profunda afetividade, pertencimento, história, memórias, ancestralidade. Logo me vem a lembrança dos meus sete, nove anos, sentada à máquina de costura manual e, ao lado, minha avó atentamente me conduzindo, ensinando o ofício da costura. E, acredito que para me deixar mais segura, me contava de como sua mãe, filha de uma africana escravizada na fazenda, lhe ensinava.  De fato já existia essa habilidade no DNA, saberes de uma herança que, enquanto pequena, eu desconhecia. 

Dessa forma, diante dessa sociedade,  consulto minhas memórias, olho para frente consciente dessa carga ancestral. Utilizo a Costura na Arte como estratégia feminina de resistência social, política cultural. Desenvolvo meu processo de pesquisa, produção têxtil criativo em tecidos, retalhos, bordados, linhas, pespontos, zigue zague, em costura com máquina e manualmente, utilizando como estratégia feminina as multilinguagens têxteis sustentáveis e estética referente a Cultura Afro, sobretudo no que tange às noções de resistência.

Em um segmento mais artístico formal, desenvolvi a coleção Máscaras Contemporâneas (acima). Feitas com retalhos de tecidos, cada uma das peças possui uma sutil referência às tradicionais máscaras das culturas milenar, sobretudo Africana. Assim, trago um significado místico, um elo com a ancestralidade nos meus trabalhos.

Em outra produção, desenvolvo o Vestuário Conceitual Sustentável, reutilizando peças jeans descartadas e ressignificando-as, e fazendo o mesmo com os retalhos utilizados na produção de peças criativas e autorais.


Belízia Moraes é graduada em várias áreas das Ciências Humanas, daí sua habilidade na arte. Sua formação como Artista Visual se estabelece em cursos livres e acompanhamentos artísticos no Rio de Janeiro.


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