Apesar de garantias do Acordo de Paz, comunidades afro-colombianas e indígenas ainda são mais afetadas

Ao relatar a atual situação da Colômbia ao Conselho de Segurança da ONU, o chefe da Missão de Verificação no país destacou os avanços do Acordo de Paz celebrado em 2016. 

Com vítimas da violência no centro do debate, o Acordo e a Comissão da Verdade já atingiram alguns marcos, como uma ex-zona de conflito, livrando-a de minas terrestres.

Embora os civis já desfrutem desses avanços, resta muito o que conquistar. É o que indica o relatório do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres. 

Comunidades afro-colombianas e indígenas ainda seguem como as mais afetadas, o que requer a implementação urgente e simultânea de todas as garantias do Acordo e a criação de oportunidades de desenvolvimento sustentável, assim como serviços e instituições do Estado para esses grupos.

Legenda: Mulheres agricultoras participam de um workshop de integração e reconciliação em Morroa, Colômbia
Foto: © Patrick Zachmann/FAO

Cinco anos depois que um Acordo de Paz histórico foi celebrado na Colômbia, o processo continua a mostrar os benefícios de encerrar o conflito por meio da negociação e manter as vítimas no centro da discussão em andamento. Essa foi a principal mensagem do representante especial e chefe da Missão de Verificação da ONU na Colômbia, Carlos Ruiz Massieu, entregue aos embaixadores no  Conselho de Segurança na quinta-feira (14).   

Para o representante especial, a primeira ex-zona de conflito totalmente limpa de minas terrestres e a extensão da Comissão da Verdade são exemplos desse sucesso. O oficial da ONU também informou o Conselho sobre o Relatório Trimestral do secretário-geral, António Guterres, sobre a situação da nação latino-americana.

O representante especial da ONU concluiu ao dizer que, nestes cinco anos, o mundo “viu a tenacidade da sociedade colombiana para completar sua transição para a paz”.

“Ao iniciarmos uma etapa fundamental na consolidação do processo, agradeço a confiança do Conselho, fonte essencial de apoio à Colômbia”, agradeceu ele, ao finalizar seu discurso no Conselho de Segurança.   

Violência – No relatório, o secretário-geral das Nações Unidas destaca alguns “desafios assustadores e fatores de risco” que o país ainda enfrenta, nomeadamente a violência contínua em várias regiões.

No período coberto pelo relatório, de 26 de junho a 24 de setembro de 2021, a ONU registrou os assassinatos de 14 ex-combatentes das FARC-EP (todos homens), elevando o total para 292 (nove mulheres) desde a assinatura do Acordo.  

Além disso, o Escritório de Direitos Humanos da ONU (ACNUDH) recebeu informações sobre os assassinatos de 43 defensores dos direitos humanos, totalizando 158 mortos em 2021. Outros 11 massacres foram documentados, contabilizando cerca de 38 mortes.

Matéria originalmente publicada em Nações Unidas Brasil em 15/10/2021 – Atualizado em 07/10/2021.


A ONU (Organização das Nações Unidas) é uma organização internacional formada por países que se reuniram voluntariamente para trabalhar pela paz e o desenvolvimento mundiais.


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