O corpo é um vício Se oferece a ser bebido Não é feito de verbo Salta a carne em inconstâncias Osso, cartilagem e contrários O corpo é tesão que cura Saliva na seiva da Fruta doce Venha e diga que é maldade Amar Mais o corpo que a alma Ser a boca da Língua Que lambe O cu As bocas das línguas Dos sons polifônicos No roçar de Muitos corpos O corpo é sublime Em estética qualquer Tem o consentimento de Todas as deusas Seu alimento é o Outro Suas águas e seus ares São harmonia e frescor O corpo é urgência O corpo é um vício
Maaruade é poeta e artista visual com bacharelado pela Universidade Federal de Uberlândia. Seu trabalho envolve diferentes linguagens como a fotografia, vídeo, performance, poesia e pintura. Realizou a exposição individual Corpo-poesia e participou das exposições coletivas Narrativas da imagem, Corpos Pulsantes, Estirpe, De santo não tem nada, Apófisis, Irá-ColetivA Mexerica, Estudantes fazem assim, Devaneios, A água e I Mostra Cultural de Diversidade Sexual. Diretora do documentário Profissão: artista (2020), e autora do livro Rasgos, esperas e outros dizeres do corpo, publicado pela Editora Subsolo (2021). Atua também como produtora cultural, tendo realizado projetos pelo PMIC- Programa Municipal de Incentivo à Cultura e PIAC- Programa Institucional de Apoio à Cultura.