SINCERO

Eu nem gosto tanto assim de café
Só tomo chá quando está frio
Vejo filmes cult só pra distrair
Invento informações só pra resolver um assunto rápido (suspiro)

Eu só sei ser dispersa e imaginar
Universos ideais que nunca terei (ou terei)

Sei lá... O que eu amo é criar poesias devagar (ou veloz)
Às vezes só quero calar a minha voz
Essa mente agitada que grita dormindo e grita acordada e grita movimentada e grita parada (até quando?)

Eu nem gosto tanto assim de parecer interessante
Meu ego leonino fica bem lá na estante
Também quero ser invisível e observar
Também quero não ter tanta história pra contar

Minha mente é incrível e como é difícil verbalizar cada ato dessa peça de teatro da evolução
Eu não gosto tanto assim de café e não assisto mais televisão

Eu só sei fazer poema e sonhar com fantasmas que colorem minha imaginação

Ariane Bertante é poetisa. Pensa que escrever é a arte de se expressar, e de outra maneira não sabe ser: Escrever é sua forma de amar (e odiar). Ela bebe um vinho ou um café, sonha com sonetos e canções para o leitor exausto e eufórico se deleitar em devaneios (eternos devaneios).


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