Terrivelmente Belo 

O diamante é pedra mais preciosa do mundo. Muito bem polida e, a nível superficial, é desejado por todos. A pedra mais resistente e usada em anéis de noivado desde Marilyn Monroe: a mulher mais bonita, com a pedra mais bonita. Carregou o fardo de representar o amor no dedo de cada um e segue simplesmente belo. 

É incrível que algo consiga suportar tanto impacto sem se partir e, mais ainda, se mantendo brilhante e simplesmente belo. Não que haja algo de simples na criação de um diamante: eles são formados no interior da crosta terrestre, a temperaturas de mil e quinhentos graus Celsius e sob uma pressão imensurável; possuem um valor comercial de sessenta e três mil dólares por quilates — e eu me poupo de conversões.  

Faz sentido que a criação de algo tão consistente e duradouro precise de condições extremas. Porém, não consigo deixar de pensar que nada me parece mais terrível do que queimar até sobrar somente cinzas, apenas para ser comprimido a nível de partir ligações atômicas e, após isso, ser extraído e libertado apenas se for belo o suficiente.  

Mas nada vale tanto quanto uma pedra bem polida, um brilho que cativa o olhar. A resistência para colocar o amor na ponta de um anel. E quando o Amor pesa o mundo e um pouco mais, não me parece uma tarefa fácil. Não que eu inveje diamantes, ou Atlas. 

Carregar o mundo nas costas ou carregar o mundo no dedo me parece demais. Demais para qualquer ser humano. A não ser que passe pela pressão absurda e queime até não sobrar nada. Aí talvez. Talvez saia algo belo e bem polido. Algo resistente e realmente, verdadeiramente, útil.  

E no fim, o anel precisa do diamante, o calor precisa formar sua preciosa pedra, o espelho preza pelo belo, o mundo pede um coração bondoso, os outros anseiam por um belo mártir, todos rezam por alguém que sangre na cruz. E qual é o preço de uma pedra bem polida? Com certeza o brilho que cativa o olhar não condena o fogo que o criou. E mesmo que o mundo não suporte os ombros, os ombros seguem suportando o mundo. 

Diamantes são simples, se nenhum cientista vier me corrigir. E o valor, o imensurável valor, está na verdadeira constância de uma pedra que não muda. Quando a única certeza é a finitude, o diamante é eterno e sempre vai ser belo; simples e terrivelmente belo. E eu também. 


Sofia Batista Sartori tem 18 anos e é graduanda na UFGRS no curso Bacharelado de Matemática, apesar de ter uma grande afinidade com exatas, sempre foi uma grande admiradora da escrita e escreve seus próprios textos, poemas e ensaios desde que se entende por gente. 


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