O Herói 

Cada um é responsável pela sua própria desescolarização  e descolonização. Mas, falemos sobre o processo para o processo, que nunca me soou como um salto de trampolim para a independência consciente transdisciplinar e multicultural que a realidade global impõe a população mundial. Desde que percebo o mundo inteligível de Platão sinto que “quando fico em estado de silêncio adentro este espaço chamado música”, como diria Rumi, um teólogo sufi persa do século XIII. 

 Venho me embrenhando pelos galhos retorcidos e sentindo as gramíneas deste solo fértil e complexo das produções culturais brasileiras, pensando em como trazer a práxis pra pólis, como um sujeito emergente do hibridismo produto da constante troca-signo promovida pelas alterações socioculturais que geram remodelação no consumo. Não me sinto como um guerrilheiro oriundo de guerras libertárias das poesias de Galeano e tampouco como um herói contraditório com ausência de idealizações do Realismo Russo de Dostoievski. Apenas transfiguro dor e beleza como bem funciona a lógica do mercado. 

O passado nos transforma e é transformado por nós, percepção dos que sabem que não há como pensar futuro sem deformar o presente.  A vida é efêmera, os elementos se misturam em milhares de tubos de ensaio em performances mirabolantes de centenas de laboratórios, aceleram no espaço e a ação acontece sob o tráfego dos nossos pensamentos, sentimentos e pés. Afinal, só temos o caminho e a caminhada, que nos momentos oportunos nos lembra que a identidade se trata de uma questão metafísica. Melhor: essencialista. 

 As pessoas não são, as pessoas se parecem e se movimentam. A Humanidade não é, ela parece e se movimenta.  Quero trazer a práxis pra pólis. Tantas realidades reais para simplesmente criarmos uma paralela? Ou duas? Patologicamente desenvolvidas por dissonantes cognitivos e sustentadas por uma nebulosa midiosfera extremista. Na nossa “Novíssima” Califórnia, o sr. Lima Barreto também adoeceria. 

Hay que endurecerse, pero sin perder la ternura jamás. Um pouco utópico pensar em nos afastar do conceito de Personalismo desenvolvido por Gilberto Freire e tratar do patrimonialismo que nos custa tão caro em nossa convivência. Construindo  uma sociedade regulada, vendo o Leviatã pelo retrovisor e assumindo a dirigência e nos apropriando destas terras. Pois, a apropriação vem nos dois sentidos, o caracol se apropria de sua concha, mas ele é igualmente apropriado à sua concha. E isto pode ser assimilado no “fazer território” e habitar lugares. 

Os novos sujeitos híbridos são seres emergentes, indissociáveis da urgência do presente e da marca que nele vai deixando o acontecer do mundo, pouco dispostos a assumir o papel de herói e manter a aparência de homem cordial. 


João Victor Gama é rapper e professor só ainda não sabemos qual dos dois fala mais alto. Na sua pesquisa de mestrado sobre hibridismo cultural e o rap ele se encontra em essência de estado e trabalho, vivendo e estudando para descobrir como fortalecer o elo da arte. Que ela venha a ser arte por ser admirável, crítica e livre. Longe de qualquer amarras sociais.


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