Me perdoe poeta, sei que é uma “infâmia”, de minha parte, contradizer sua licença poética, porém, nas Gerais há cada vez mais. 

Minas há em mim. Sempre me senti um tanto ‘mineiroca’, desde os  meus tenros anos de vida quando, ainda com meses, passei, obviamente  junto com meus pais, as férias de verão em São Lourenço e lá fui clicado  próximo aos patos, do imenso – a mim parecia o oceano – lago de águas  cristalinas. Foram mais duas visitas à cidade. Naquela altura, já mais  crescido. Foi por lá que tive minha primeira experiência com uma  Benzedeira. Fui curado em poucos dias de uma ‘bicheira’ que me  atormentava, fazia meses, o joelho. Aquela incrível mulher, cujo nome  infelizmente não sei, me sarou usando três instrumentos: sua poderosa  reza, um galhinho de arruda e uma caneta. Traçou, na parte afetada, uma  espécie de montanha ponteada por estrelas e um trenzinho reluzente; era  azul, a janela lateral do trem azul. 

Muitas têm sido minhas viagens pelas montanhas mineiras, talvez  precisasse pedir emprestado o ‘Manoel Audaz’, misto de Rosa cordisburguense com Rover em tons de girassóis amarelados, talvez o tom  de cabelos ao vento, ao inesquecível Brant, para encontrar todos os clubes  que ponteiam as esquinas das Gerais, subir as ladeiras de Santa Teresa,  encontrar os ramalhetes nos campos entremeados por ‘ouro verde’. 

Cada uma delas têm especial significado. A Maria Fumaça, o  caleidoscópio de Inhotim, a Lapinha, Samuel Rosa do agreste, Guimarães  flor de Juquinha, a proteção do Padre Eustáquio e das seculares igrejas  que encimam seus 853 municípios. Das tantas páginas poéticas, árvores  que brotam, cada dia mais, na realizações sonhadas. Da “Guarda de  Moçambique Nossa Senhora do Rosário do Bairro Alto dos Pinheiros”  sobre o Congado, da Vera Godoi, do queijo da Canastra, que todos já  sabiam se o ‘melhor do mundo’. Faltava o atestado; agora não falta mais!  Da Inconfidência confidente, da FLITI em Tiradentes, enfim do amor  geral que as Gerais geraram em mim. 

Além de um quê de poesia, todo mineiro carrega em si uma espécie  de benzedor, algo para além de especial, muito além de sua crença, não  importa qual seja. Todo mineiro te dá uma bênção na despedida, muito  mais que um simples até logo ou um adeus; com seu delicioso jeito  carinhoso de ser, de juntar palavras, de apocopar formas, você sempre  ouvirá um extraordinário “com Deus”!

Sou cidadão do mundo, o coração do mundo é Minas.


Carioca, nascido em Santa Teresa, é flamenguista e portelense. Carlos Monteiro é fotógrafo, jornalista, cronista e publicitário desde 1975. Trabalhou nos principais veículos nacionais – Revista O Cruzeiro, JB, Jornal dos Sports, História e Glória do Rock, revista Foca além de outros como freelancer. No Jornal O Dia, publicou a foto-galeria, ‘Alvoradas Cariocas’, retratando o amanhecer. Atualmente colabora com o Correio da Manhã, a Revista 29H, a Revista da Família, a Revista Publicittà, o Portal Mirada Cultural, o Portal Anna Ramalho, a Rede Lume de Jornalistas, o Portal Pro Coletivo, o Portal Os Divergentes, o Portal Jornal Digital, o Portal São Paulo São, além de atuar como publicitário na Agência Saravah e para alguns outros veículos. Tem três foto-livros, publicados, retratando o Rio. 

@carlosmonteiro_br 


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