Por que escrevo?

Uma das principais curiosidades que as pessoas têm sobre quem escreve, e muitas vezes receiam ou não têm oportunidade de pedir, é o motivo pelo qual elas escrevem. A outra diz respeito a como essa pessoa transforma suas ideias em texto. Nas escolas, onde tenho o privilégio de conversar com estudantes, sempre procuro responder – ou pelo menos abordar essas questões. “Por que escrever?”. Fernando Sabino já dizia , é uma questão tão complexa quanto se perguntassem: “Por que viver? Por que amar? Por que morrer?” O ato de escrever vai além dessa enigmática, também varia de pessoa para pessoa. Para a Rachel de Queiroz, por exemplo, a escrita significava um desejo interior de dar o seu testemunho do seu tempo, da sua gente e principalmente de si mesma. 

Inicialmente, José Saramago declarou que escrevia para se tornar imortal, depois, concluiu que escrevia mesmo era para compreender… O que exatamente? Não sabemos ao certo! Para Drummond, a escrita o permitia exprimir algumas de suas inquietações e os seus problemas íntimos. Quando projetados no papel, revelava ele, serviam como uma espécie de psicanálise dos pobres, sem divã, sem nada. Para Moacyr Scliar, escrever se tornou a consequência de uma vida ligada a contações de histórias e muitas leituras. Entre tantos conceitos, Clarice declarou que, assim como viver, escrever era o que a renovava conforme o tempo ia passando. 

João Cabral de Melo Neto foi mais metódico, ele explicava que se escreve por dois motivos: ou por excesso de ser ou por falta de ser. Escrevemos por estarmos transbordando ou simplesmente para nos sentirmos completos. Fernando Pessoa foi mais direto, mas não menos intenso, ao afirmar que escrevia para salvar a alma. Aliás, todos esses ricos depoimentos estão inseridos na coletânea organizada por José Domingos de Brito que, por óbvio, leva o nome de “Por que escrevo?”. 

E afinal, por que eu, Gustavo, escrevo? De certo modo, compactuo com as definições de todos esses grandes mestres da escrita. Escrever é a minha terapia. Quando jogo minhas palavras ao mundo, me sinto mais leve. A escrita é a válvula de escape que encontrei para contornar a minha timidez. Assim como os artistas pretendem se expressar com suas criações, percebo os textos como o meu modo mais íntimo de falar com as pessoas, e quiçá, também tocá-las. Para concluir, não posso deixar de citar ainda o grande Flávio Ferrarini, que resume tudo isso: “escrevo não porque quero, mas porque preciso, como preciso respirar. Não vivo para escrever, mas escrevo para viver”. 


Gustavo Tamagno Martins 

Gustavo Tamagno Martins é jornalista e escritor gaúcho, nascido em Caxias do Sul, na Serra Gaúcha. Aos 23 anos, já tem três livros publicados: “O cemitério misterioso”, “O sótão das lembranças” e “O colecionador de momentos e outras crônicas”. Sempre foi apaixonado por livros, câmeras fotográficas, filmadoras e microfones. Em 2021, foi escolhido como o patrono da 1ª Feira do Livro ao Ar Livre de Nova Pádua. Já atuou como fotógrafo, redator publicitário, social media, planejador de Marketing e repórter. Participou com uma crônica na antologia poética “Árvore da Vida”. 

Instagram: @gustavotm27


Clique na imagem para mais informações!

Esse espaço maroto de apoio e fomento à cultura pode mostrar também a sua marca!

Agora você pode divulgar seus produtos, marca e eventos na Trama em todas as publicações!

No plano de parceira Tramando, você escolhe entre 01 e 04 edições para ficar em destaque na nossa plataforma, ou seja, todas as publicações contidas nas edições selecionadas vão trazer a sua marca em destaque nesse espaço aqui, logo após cada texto e exposição . Os valores variam de R$40,00 a R$100,00.

Para comprar o seu espaço aqui na Trama é só entrar em contato através do whatsapp: (32) 98452-3839, ou via direct na nossa página do Instagram.

Clique na imagem para mais informações!
Clique na imagem para mais informações.

Um comentário

  1. Lindo depoimento. Cada um acha na escrita o seu caminho, o seu viver. Na minha vida ela foi e sempre será uma catarse profunda onde me desnudo e me reinvento.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *