O Fundo Brasil-ONU para o Desenvolvimento Sustentável da Amazônia terá como prioridade fomentar alternativas econômicas sustentáveis, que beneficiem as populações mais vulnerabilizadas.
A iniciativa é resultado da parceria da ONU com o Consórcio Interestadual da Amazônia Legal e o governo federal.
O Brasil e o Sistema das Nações Unidas lançaram o Fundo Brasil-ONU para o Desenvolvimento Sustentável da Amazônia. O Fundo irá mobilizar recursos para financiar projetos que gerem alternativas econômicas inclusivas e sustentáveis para fomentar o desenvolvimento da região e beneficiar as populações em situação de maior vulnerabilidade.
O Fundo é parte de um mecanismo programático-financeiro mais amplo, construído em parceria com o Consórcio Interestadual da Amazônia Legal e com o governo brasileiro, para apoiar o desenvolvimento sustentável da Amazônia de forma integrada e cooperativa.
Enquanto a humanidade enfrenta a tríplice crise ambiental – mudança do clima, poluição do ar e perda de biodiversidade – a Amazônia é fonte de esperança para todo o mundo. No entanto, a região que concentra a maior biodiversidade do planeta também apresenta alguns dos piores indicadores de desenvolvimento humano do Brasil.
Por isso, o foco nos 29 milhões de pessoas que vivem na região é a diretriz fundamental do Fundo Brasil-ONU e da parceria do Sistema das Nações Unidas com o Consórcio Interestadual da Amazônia Legal e com o governo brasileiro.
Lançamento
O lançamento ocorreu em Santarém, no Pará, no início de agosto, durante a visita ao Brasil da vice-secretária-geral da ONU, Amina J. Mohammed. O evento contou com um público de cerca de 250 pessoas e reuniu governadores de cinco estados amazônicos, o ministro do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, além de representantes de agências especializadas, fundos e programas das Nações Unidas.
O presidente do Consórcio Interestadual da Amazônia Legal, o governador do Pará Hélder Barbalho, destacando:
“Este é um momento preparatório, em que a convocação global chega para a Amazônia, para debater os desafios ambientais, mas também para nos ouvir, para conhecer as realidades sociais, os desafios da construção de um modelo de desenvolvimento sustentável que possa ser inclusivo”.
Além de Barbalho, estiveram no lançamento os governadores do Amapá, Amazonas, Rondônia e Roraima.
“Estamos vivendo na Amazônia mudanças e emergências climáticas que se refletem no planeta. Por isso, é tão importante ter a ONU nesta iniciativa, que merece parabéns”, afirmou a secretária de Povos Indígenas do governo do Pará, Puyr Tembé.
A vice-secretária-geral Amina J. Mohammed destacou que os habitantes da região amazônica “merecem viver uma vida digna”, afirmando que:
“Sabemos dos muitos desafios para que isso aconteça, só que esses desafios não são resultados das ações de quem mora na Amazônia. Na verdade, homens e mulheres da Amazônia enfrentam as consequências do que as pessoas ao redor do mundo fizeram em nome do desenvolvimento. Isso não é justo, e precisa ser corrigido”.
A coordenadora residente da ONU no Brasil, Silvia Rucks, destacou que as pessoas da região estarão no centro do processo de tomada de decisão do Fundo Brasil-ONU:
“São as pessoas que vivem na região e aqui construíram suas famílias, suas culturas e seus meios de vida, que estão na melhor posição para cuidar da Amazônia. Mais do que isso, é a gente daqui que tem as experiências e os conhecimentos para indicar o caminho para que a floresta esteja protegida e possa oferecer todo o seu potencial para que cada habitante tenha uma vida digna. São essas pessoas que podem nos informar quais são as prioridades estratégicas que devem nos orientar”.
O embaixador Carlos Márcio Cozendey, secretário de Assuntos Multilaterais Políticos do Ministério das Relações Exteriores, confirmou o compromisso “firme e revigorado” do Brasil com a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, em suas três dimensões: social, ambiental e econômica. Ele afirmou que:
“Não é possível a preservação ambiental sem que as ações, para isso, tenham viabilidade econômica e gerem desenvolvimento social”.
Adesão
A criação do Fundo Brasil-ONU havia sido anunciada na COP27, realizada em 2022 no Egito. Na ocasião, a FAO e o PNUMA já haviam assinado o termo de adesão ao Fundo.
No evento oficial de lançamento, outras cinco entidades da ONU se juntaram ao grupo e assinaram termos de adesão: CEPAL, OIT, UNICEF, ONU Mulheres e UNFPA. Os representantes das sete organizações estiveram em Santarém para prestigiar o lançamento do Fundo e reiterar seu compromisso com o desenvolvimento da Amazônia.
Outras agências, fundos e programas da ONU também assinaram o termo de adesão ao Fundo recentemente. São elas ACNUR, OIM, ONU-Habitat, UNDRR, UNESCO, UNODC e UNOPS.
Para saber mais sobre o Fundo-Brasil ONU para o Desenvolvimento Sustentável da Amazônia, assista ao vídeo:
Artigo publicado pelo portal da ONU Brasil no dia 17/08/2023. Você pode encontrar mais artigos sobre esse e de diversos outros temas aqui.
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