Tantos artistas anônimos ou famosos depositaram ali suas obras, na última morada do corpo terreno. Alguns pensarão que existe morbidez nestes campos-santos, eu colocarei que, na verdade são museus de arte a céu aberto. Também não é mórbido homenagear antepassados, lembra-los de forma carinhosa por meio de flores, orações e rezas. 

Quando chega, ‘a indesejada das gentes’, como escreveu Bandeira, muitas vezes é caminho para o cemitério, palavra grega que, explica a etimologia, significa: ‘lugar para repouso’, ‘lugar para dormir’ ou ‘dormitório’; soa estranho, mas o significado é exatamente este, uma espécie de camarinha para o tal ‘descanso eterno’ que tanto assombra os homens. 

No dia dois de novembro é celebrado o Dia dos Fiéis Defuntos, Dia dos Mortos ou, como é mais conhecido, o Dia de Finados que, na etimologia da palavra, quer dizer algo que findou. A origem da data remete ao século II, quando alguns cristãos rezavam pelos falecidos e visitavam seus túmulos oferecendo flores. Já no século V era costumeiro que dedicassem um dia por ano a preces e orações àqueles que partiram, principalmente os que não tivessem familiares que pudessem fazê-lo. No século VIII, um decreto do abade Odílio do mosteiro beneditino de Cluny na França – o maior deles na Idade Média – determinou que os monges, sob sua jurisdição, lembrassem o Dia dos Mortos em dois de novembro. Quatro séculos depois, o papa, Inocêncio VII, adotou a data como o Dia de Finados para a Igreja Católica. A data foi escolhida por ser imediatamente posterior ao Dia de Todos os Santos. 

A morte é ‘comemorada’ de várias maneiras pelo mundo e não é exclusividade do catolicismo. Quase todas as religiões contam com um dia específico dedicado à memória dos mortos. 

Os celtas, por exemplo, por acreditarem na continuação da vida após a morte, se reuniam em suas casas, no dia primeiro de novembro, para homenagear e evocar seus antepassados. 

“A morte não é nada. / Eu somente passei / para o outro lado do Caminho. / Eu sou eu, vocês são vocês. / O que eu era para vocês, /eu continuarei sendo…” Santo Agostinho 354 d.C.  ─ 430 d.C. 

   
 

 


Carlos Monteiro é carioca, nascido em Santa Teresa, é flamenguista e portelense. Carlos Monteiro é fotógrafo, jornalista, cronista e publicitário desde 1975. Trabalhou nos principais veículos nacionais – Revista O Cruzeiro, JB, Jornal dos Sports, História e Glória do Rock, revista Foca além de outros como freelancer. No Jornal O Dia, publicou a foto-galeria, ‘Alvoradas Cariocas’, retratando o amanhecer. Atualmente colabora com o Correio da Manhã, a Revista 29H, a Revista da Família, a Revista Publicittà, o Portal Mirada Cultural, o Portal Anna Ramalho, a Rede Lume de Jornalistas, o Portal Pro Coletivo, o Portal Os Divergentes, o Portal Jornal Digital, o Portal São Paulo Sao, além de atuar como publicitário na Agência Saravah e para alguns outros veículos. Tem três foto-livros, publicados, retratando o Rio.

@carlosmonteiro_br  


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