Devido a alguns acontecimentos em minha vida no início do ano de 2023, refleti sobre como estamos sujeitos a situações adversas e como somos frágeis. Isso despertou em mim uma série de questionamentos, e fiquei refletindo sobre como nascemos em um corpo cheio de possibilidades, e em como as situações de vida acabam fazendo com que nos limitemos em relação aos nossos desejos e objetivos.
É sobre essa fragilidade que trato nessa série de 10 obras, as prisões que nos são impostas. Principalmente aquelas que nos impomos. Por que ficamos observando o mundo através de nossas janelas de proteção? Por que deixamos de usufruir o que nossos corpos e mentes desejam? E claro a questão do tempo. Tempo perdido e tempo de mudanças.
Por isso dividi a série em duas partes, a primeira obra mostra esse mundo de possibilidades, e na sequência o processo de aprisionamento interno que nos colocam ou que criamos para nós mesmos, um processo de construção e desconstrução. Para que nos libertemos dessas prisões é necessário que um espírito de novas possibilidades cresça dentro nós, onde o tempo de reflexão sirva para nos transformar. Esse processo interno demanda tempo, dedicação e coragem. Um dos elos que unem essa série são as flores, que estão presentes em todas as obras, representando a esperança e objetivos, são eles que nos incentivam a mudar. Porque seria Impossível se tornar novo, sem antes virar cinzas.
Clóvis Camargo
é natural de Porto Alegre (RS), mas viveu a maioria de sua vida em São Paulo. À vontade com o pincel e o lápis desde a infância, formou-se em Desenho Industrial pela FAAP (Fundação Armando Alvares Penteado) em São Paulo. Seguiu sua carreira no campo criativo como Designer de Produto e na Comunicação Visual, trabalhando para grandes Empresas, como Banco Santander (como Comunicador Visual) e Indústrias de Escovas Fidalga (como Designer de produto, além de Agência de publicidade (como Designer Gráfico). A chamada de dedicar seu tempo integral a sua Arte acabou convencendo-o a mergulhar. O seu foco é o ser humano, levando o público a desvendar suas emoções e pensamentos. Suas pinturas retratam figuras cuja à sensação de silêncio desperta todo o ruído escondido em nosso ser. O espectador observa, mas também é observado. Suas criações abrem um mundo de várias estéticas, equilibrando simplicidade e complexidade, explorando elementos como metafísica, cosmologia e ciência. Já expôs em conceituadas Galerias, e possui premiações em Salões de Arte. Sua última mostra individual foi a Exposição : Se pudesse ouvir o olhar, no Centro Cultural Correios São Paulo, (em comemoração ao Centenário do Prédio Histórico, onde fica a instituição), em novembro de 2022, onde pode reunir mais de trinta obras.
@clovis.cmrg
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