“Guardar como…”, conjunto de duas palavras que se tornaram comuns no mundo ocidental devido à evolução tecnológica. Dispositivos tecnológicos que nos permitem armazenar dados quase de forma infinita, deste modo conseguimos expor, documentar e arquivar dados, quer de interesse pessoal, quer do interesse comum.
De forma a entender o arquivo dentro de um contexto em que vivemos, Paulo Bernardino Bastos (2006) defende que com as novas tecnologias digitais, surgem cada vez mais projetos na Internet na procura de transformações desses locais, ajustados à velocidade contemporânea, na corrida por imagens interpretadas pela sociedade atual.
Com o desenvolvimento tecnológico, o arquivo sofreu grandes alterações, isto porque provocou consideráveis formas de produção e de acesso à informação.
Aplicações tecnológicas utilizados no nosso dia a dia em organizações, públicas e privadas, têm grande influência na gestão documental nos arquivos.
As questões arquivistas estão relacionadas com a organização, conservação e acesso à informação e até à forma de como o material é arquivado, sendo ou não sustentável, para ser consultado no futuro.
Na verdade, o arquivo tem vestígios do passado e isso confirma determinados acontecimentos históricos, mas não existe nenhuma fórmula que defina como esses acontecimentos têm de ser recordados.
Uma admiração pelas práticas arquivísticas através da junção de todos os tipos de arquivos, sendo possível debater vários temas desde a criação à destruição, da crítica à reflexão e das práticas artísticas, colocando em causa a relação de poder com movimentos não institucionalizados de manutenção de objetos, obras, imagens e coleções.
Este tema procura estimular o debate sobre a forma de explorar e mapear as relações entre o arquivo e a produção artística na arte contemporânea, porque tem capacidade de intervir na estética e na política, devido ao seu forte repositório com o passado.
“Save as…”, set of two words that have become common in the western world due to technological evolution. Technological devices that allow us to store data almost infinitely, so we can expose, document and archive data, both of personal interest and of common interest.
In order to understand the archive within the context in which we live, Paulo Bernardino Bastos (2006) argues that with new digital technologies, more and more projects are emerging on the Internet in the search for transformations of these places, adjusted to contemporary speed, in the race for images interpreted by today’s society.
With technological development, the archive has undergone major changes, because it has caused considerable forms of production and access to information.
Technological applications used in our daily lives in public and private organizations, have great influence on document management in archives.
Archival issues relate to the organization, conservation and access to information and even the way in which material is archived, whether sustainable or not, to be consulted in the future.
In fact, the archive has traces of the past and this confirms certain historical events, but there is no formula that defines how these events need to be remembered.
An admiration for archival practices through the joining of all types of archives, being possible to discuss various topics from creation to destruction, from criticism to reflection and artistic practices, bringing into question the relationship of power with non-institutionalized movements of maintenance of objects, works, images and collections.
This theme seeks to stimulate the debate on how to explore and map the relations between the archive and artistic production in contemporary art, because it has the capacity to intervene in aesthetics and politics, due to its strong repository with the past.
A exposição ‘Save As…’ ficou aberta à visitação do dia 14 de novembro de 2020 ao dia 31 de janeiro de 2021. Ela foi composta por trabalhos dos artistas Ana Sousa Santos, Dedéia Rocha, Eric Costa, Georgina Kapralow, Ludmila Queirós, Márcia Correia, Mário Afonso, Rita Castanheira, Roberto Otero Gómez e Tiago Margaça, todos da Casa Municipal da Cultura de Estarreja; e Cláudia Brandão, Eamon Foreman, Guilherme Sirtoli, Gustavo Reginato e Veera Rustomji, estes da Estação Canelas.
Uma das principais peças de ‘Save As…’ foi “Arquivo de Impressões”, da artista plástica e escultora Ana Sousa Santos.
“Arquivo de Impressões”
Caixa em madeira de pinho flandres; Interior peças em parafina, cera de abelha e pigmento,
diversos tipos de papeis impressos com beterraba diluída e sal.
158cm x 40cm x 25cm (caixa fechada)
Condições de apresentação: Caixa aberta
2017
O “Arquivo de Impressões” surgiu a partir da necessidade de organizar e arquivar todas as experiências feitas de moldes ao corpo, expondo numa caixa inúmeros positivos em cera de abelha, dum lado, e papéis com impressões da pele, noutro. Resulta das sensações que provoca no observador, tornando-se assim, um agente ativo e primordial para que obra esteja completa, procurando pelas sensações mais íntimas.
O corpo como arquivo, nele podemos encontrar todas as informações da impressão da pele, e do que é exterior. É portanto, uma criação completa de recolha de informação, um baú cheio de pequenos estudos.
A pele é o meio.
As medidas da caixa correspondem ao tamanho de uma pessoa, caixa esta dividida em 8 partes iguais.
*Esta obra faz parte de um conjunto, com um vídeo que expõe o processo das impressões da pele, em beterraba diluída.
Estação é um espaço cultural localizado na cidade de Canelas (Portugal), idealizado pela Junta de Freguesia de Canelas e pelo artista plástico Mário Afonso. O espaço tem o intuito de divulgar o trabalho de artistas nacionais e internacionais, de várias áreas artísticas, realizando exposições e oferecendo, à freguesia de Canelas, acesso gratuito a projetos culturais atuais.