Envelhecer em Cores

Procedente de famílias de imigrantes fugidos da segunda guerra mundial, suas ancestrais eram mulheres fortes e determinantes. A todo momento, seu trabalho revisita a insubmissão e a tradição latino-judaico-cristã, com humor permeando o urbano, tão contemporâneo e, ao mesmo tempo, ainda retrógrado. A artista foi figura presente na cena clubber carioca dos anos 90, o que influenciou seus conceitos e opiniões por toda sua trajetória.

A artista utiliza a linguagem da pintura como suporte para debater o etarismo e o lugar feminino no mundo, promovendo uma discussão sobre o sistema de desigualdades, preconceitos e ideias fora do lugar. Seu projeto estético é político e lida com conceitos de identidade e etnias, através dos quais busca enfatizar a potência feminina madura, a espiritualidade, a sexualidade, os desejos e o que é banal e de direito.

A cor intensa é um elemento onipresente na obra de Karin Cagy. As telas coloridas pintadas em óleo e acrílico representam geralmente mulheres transgressoras, rebeldes, maduras e que se sentem bastante vivas. São figuras que apontam questões que o envelhecimento provoca. A tinta aguada traz transparência e delicadeza ao trabalho. São obras expressivas, nas quais mulheres são exuberantes e, geralmente, olham nos olhos do espectador, transmitindo algum tipo de sentimento. As normas e convenções são questionadas por ela na medida em que se sente aprisionada

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