A série de trabalhos de ‘Tecnofaloterrorismo ou de como cis-falos usurpam’ representa minhas investigações no campo da colonialidade atrelada à ideia (comum) do falo como estrutura de poder e manifestação de poder. Penso aqui na ideia de falo ocidental e demarcadamente branco, fruto das categorizações de algumas áreas psis, mas sem conexão direta com ancestralidades não brancas.
Com isso em mente, revisito imagens elaboradas por outras pessoas para decalcar sombras ou mesmo amalgamar pequenos dildos – coloridos, por vezes, em um jogo de deslocar os sentidos da imagem original. Não intento em menosprezar o trabalho ou a obra dita original, mas instauro ruídos, divertidos ou não, para dar contornos aos enunciados colonizadores.
Este trio, parte da série, resgata o movimento luso d’além mar em seu objetivo, cristão também, da conquista, do erigir quase totêmico de seus mastros das naus e mesmo do crucifixo robusto circundando por homens portugueses e, mais à margem, indígenas. A heresia talvez resida na minha proposta da inversão da inversão, ou nesse espelhamento possível do que estearia as discursividades de conquistas desde uma estrutura fincada em relações díldicas.
Rodrigo Pedro Casteleira é artivista autodidata e performer com trabalhos que dialogam com negritude e existências nos/pelos espaços, entremeando estudos sobre/junto a afetos e cotidianidade, corporeidade e nudez.
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